quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O efeito Fábio Gentil e a opção dele pelo atraso 

por Ricardo Marques 


Foi o publicitário Einhart Jácome da Paz (foto) o primeiro – e por muito tempo o único – a dizer que o vereador Fábio Gentil (PRB) seria o principal adversário do prefeito Léo Coutinho (PSB), nestas eleições de 2016. Tirando este redator e uns poucos, na época quase ninguém acreditou no vaticínio de Einhart. Alguns até desdenharam. O tempo passou, o cenário político-eleitoral local se acomodou, o nome de FG ganhou corpo e eis aí ele, candidato único das oposições.

Einhart não tem espírito de ‘Mãe Dinah”. O que ele faz - e o faz com maestria - é marketing político. Marketing é ciência. Não à toa que o cara tem no currículo vitórias históricas na seara eleitoral, como as de Fernando Henrique Cardoso (presidente do Brasil); Durão Barroso (primeiro-ministro de Portugal); Esperanza Aguirre (presidente da Comunidade de Madrid); e uma penca de governadores (Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Alagoas, Brasília...), dentre muitas outras. Mais que todos estes resultados (que por si já são muito), Einhart é considerado o cara que mudou a estética e a estratégia dos programas políticos na TV brasileira, organizando alguns dos mais competentes programas partidários, com qualidade reconhecida inclusive pela Rede Globo. Ao lado de Duda Mendonça e João Santana, Einhart Jácome da Paz é apontado pelo jornal Folha de São Paulo como uma das principais referências do marketing político do Brasil.

Pois bem, durante o curtíssimo período em que prestou consultoria ao Grupo Coutinho, Einhart realizou uma série de pesquisas, inclusive qualitativas. Concluiu que FG seria o principal adversário a ser enfrentado nas eleições de outubro próximo. Nas análises de Einhart, LC sempre apareceu com amplas possibilidades de reeleição, até com certa tranquilidade, sem sobressaltos; tendo o tio e deputado Humberto Coutinho como o grande cabo-eleitoral. O fator FG estava ancorado, sobretudo, no fato de ele se apresentar como “o novo”, apesar do longo tempo de atuação política (4 mandatos de vereador) e de ter na origem uma família que gravita no poder local há pelo menos quatro décadas.

Mas eis que, logo na largada, FG comete um erro primário: aliar-se ao atraso. Os mesmos eleitores que enxergavam nele, Fábio, uma “novidade” político-eleitoral, a despeito de algumas contradições, também vaticinavam, nas pesquisas levantadas por Einhart, que o prazo de validade dos Marinho havia vencido. Por isso, o premiado marqueteiro e estrategista não titubeou na análise; sabia o que estava falando.

Por conta da fatídica aliança com os Marinho FG terá de carregar um estorvo nas costas. E não apenas por serem rejeitados por parte avassaladora do eleitorado caxiense, mas, também, por não se emendarem. A indicação de uma irmã do ex-prefeito Paulo Marinho para vice foi um grave erro, ampliado pelo fato de a moça sequer ser filiada a um partido. Outra (mais uma!) demonstração cabal de que os Marinho não se emendam.

FG poderia ter aproveitado a ‘trombada’ para fazer uma assepsia na sua chapa majoritária; escolher um nome, digamos, mais palatável, sem o ranço da consanguinidade marinhiana. Não o fez. Pior: permitiu que Paulo Marinho indicasse o primogênito para substituto da tia. Trocou seis por meia-dúzia e conseguiu piorar o que já era péssimo - se é que isto é possível! E mais: mostrou-se submisso e dependente do maior ficha-suja da história do Maranhão, fato que poderá lhe macular a imagem para além da atual eleição e ainda comprometer de morte seu futuro político.