Ministro do Supremo manda soltar senador Delcídio do Amaral 
do G1 
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou 
nesta sexta-feira (19) a prisão preventiva do senador Delcídio do Amaral
 (PT-MS), preso desde novembro após ser gravado oferecendo fuga para que ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fizesse delação.
 O ministro, relator dos processos da Operação Lava Jato no STF, 
determinou recolhimento domiciliar no período noturno e dias de folga, 
enquanto no pleno exercício do mandato de senador. Assim, Delcídio 
poderá comparecer normalmente às sessões do Senado.
 Caso seja afastado ou cassado do mandato, Delcídio deverá ficar em 
recolhimento domiciliar integral até nova demonstração de ocupação 
lícita.
O petista também deverá comparecer a cada 15 dias perante a Justiça, bem como a todos os atos do processo, caso requisitado.
 Ele também está proibido de deixar o país -- o passaporte do petista 
deverá ser entregue em até 48 horas. Delcidio está preso em Brasília há 
87 dias.
 Em sua decisão, Zavascki considerou ser “inquestionável” que o “quadro 
fático é bem distinto” daquele que possibilitou a prisão.
 “Os atos de investigação em relação aos quais o senador poderia 
interferir, especialmente a delação premiada de Nestor Cerveró, já foram
 efetivados. E o Ministério Público já ofereceu denúncia contra o 
agravante. Assim, conforme reconhece expressamente a manifestação do 
Ministério Público, a medida extrema já não se faz indispensável, 
podendo ser eficazmente substituída por outras medidas alternativas”, 
escreveu o ministro em seu despacho.
 Em nota, o advogado de Delcídio, Mauricio Silva Leite, afirmou que a 
decisão garante a Delcídio a possibilidade de exercer seu direito de 
defesa com maior amplitude. “A decisão respeita, principalmente, a 
presunção da inocência, prevista na Constituição Federal”, afirmou.
 O ministro também converteu a prisão preventiva do ex-chefe de gabinete
 de Delcídio, Diogo Ferreira, em recolhimento domiciliar integral até 
que ele comprove um trabalho. Caso comprove, Ferreira poderá sair de 
casa durante o dia, assim como Delcidio.