quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Vitória de Michel Temer na Câmara Federal pode influenciar fortemente a disputa eleitoral no MA em 2018 
do Repórter Tempo  

A decisão da Câmara Federal de mandar arquivar o pedido do Ministério Público Federal para investigar o presidente Michel Temer (PMDB) por conta da suspeita de corrupção passiva causou duas reações na seara política do Maranhão. De um lado, o Grupo Sarney festejou o desfecho como uma vitória e deve aproveitar o embalo para definir, a partir de agora, seus candidatos e suas estratégias para as eleições do ano que vem. De outro, o governador Flávio Dino (PCdoB) e o movimento que lidera receberam o resultado com um sentimento de derrota, mas não exatamente como uma tragédia. Os votos da bancada maranhense refletiu a posição de cada uma das duas forças políticas. A banda sarneysista da bancada deu a maioria de votos favoráveis a ao presidente: Sarney Filho (PV), Aluízio Mendes (PTN), Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo (PMDB), Júnior Marreca (PEN), Juscelino Filho (DEM), André Fufuca (PP), Victor Mendes (PSD), Cléber Verde (PRB), e a esses votos se somaram os de deputados independentes, como Pedro Fernandes (PTB) e José Reinaldo Tavares (PSB), totalizando 11 votos a favor do presidente. No contrapeso, o grupo ligado ao governador Flávio Dino somou sete votos fechados: Rubens Jr, (PCdoB), Zé Carlos (PT), Waldir Maranhão (PP), Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PPS), Luana Costa (PSB) e Deoclídes Macedo (PDT).
Com o afastamento do presidente Michel Temer da ameaça de degola, o PMDB ganha fôlego nacionalmente e redobra seu poder de fogo no Maranhão. O fortalecimento do PMDB no estado significa exatamente que o Grupo Sarney pode ampliar sua presença no comando de órgãos federais importantes no estado, o que representa poder político, como também a permanência de deputado federal Sarney Filho no Ministério do Meio Ambiente – ele deve ser renomeado hoje para o cargo. Os dois senadores do grupo, Edison Lobão e João Alberto, ambos do PMDB, devem ampliar sua influências na esfera federal, o que deve ocorrer também com os deputados federais sarneysistas, como Hildo Rocha, por exemplo, que funcionou como ponta de lança na guerra política travada nos bastidores da Câmara Federal. Esse reforço no cacife do Grupo Sarney será todo canalizado para as eleições do ano que vem, que devem ter a ex-governadora Roseana Sarney como candidata ao Palácio dos Leões.
No movimento liderado pelo governador Flávio Dino, a vitória do presidente Michel Temer é vista como uma derrota, mas não exatamente como uma tragédia política. Na avaliação de um prócer do movimento partidário governista, a sobrevivência e o consequente fortalecimento político do presidente da República deverão motivar as esquerdas a se unirem cada vez mais para canalizar suas forças no projeto de turbinar a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao comando do País nas eleições de 2018. Esse projeto deverá se refletir no fortalecimento da candidatura do governador Flavio Dino à reeleição, incentivando também a caminhada dos seus candidatos ao Senado – até agora só o deputado federal Weverton Rocha tem seu projeto senatorial em franca evolução.
É improvável que o cenário previsto com a permanência de Michel Temer no comando do País seja desenhado imediatamente, com o lançamento de candidaturas nos próximos dias. O Grupo Sarney tem experiência suficiente para aguardar o amadurecimento dessa realidade sem dar a largada numa campanha eleitoral a 14 meses da votação. Mas é fato de que nos bastidores do sarneysismo essas definições já estão sendo alinhavadas e que o foco principal  é a candidatura de Roseana Sarney a Governo do Estado. A ex-governadora já teria admitido a interlocutores informais que está disposta a enfrentar o governador Flpavio Dino na corrida eleitoral.
No Palácio dos Leões a principal decisão está tomada: o governador Flávio Dino é candidato irreversível à reeleição. Com a definição, o governador afasta definitivamente a ideia de participar de um projeto eleitoral nacional, como, por exemplo, sair candidato a vice-presidente da República na chapa de Lula da Silva. A lógica que move o grupo do governador se baseia no fato de que ele é bem avaliado, tem trajetória limpa e realiza um Governo reformador, o que lhe dá autoridade e gás para entrar na corrida com a certeza da vitória nas urnas.