domingo, 27 de março de 2016

Dilma Rousseff afirma que aguenta pressão e analisa alternativas para evitar impeachment 



Sob intenso cerco político, Dilma Rousseff deixou impressionados os ministros com quem conversou nesta semana. Não sem motivo: com uma frieza a toda prova, ela expôs planos de governo para os próximos dias, meses e até para 2018. "Podem ficar tranquilos porque eu aguento bem a pressão. Sou resistente", disse a presidente, ainda gripada, em uma das reuniões com a equipe.

Sem tempo, Dilma trocou a leitura frenética de livros pela análise minuciosa de mapas de votação na Câmara, onde uma comissão com 65 deputados vai definir o destino do impeachment. Ampliou o escopo, mirando em mais do que os 171 votos necessários para barrar o processo no plenário, e exibiu habilidade em decorar o Estado de cada parlamentar a ser fisgado

A ordem é abrir o cofre, atender os aliados fiéis, desalojar os "traidores" e dividir o PMDB, que na terça-feira deve oficializar o divórcio do governo. Na estratégia do "tudo ou nada", Dilma partiu para o varejo das negociações políticas, virou uma espécie de "ouvidora" dos insatisfeitos, coisa que sempre abominou, e montou um gabinete de crise permanente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a nomeação suspensa como ministro da Casa Civil e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá assumir o cargo, atua de longe na coordenação geral dos trabalhos, sem pisar no Palácio do Planalto.

A batalha de comunicação do governo é agora direcionada para "vender" a imagem de Dilma como mulher "guerreira", que lutou contra a ditadura e hoje enfrenta um "novo modelo de golpe". Todos os dias, Dilma recebe no Planalto ou mesmo na residência do Alvorada líderes e dirigentes de partidos aliados, além de ministros do PMDB. Pede apoio e promete mudanças.

Deputados do PP e do PR informaram a ela que será difícil manter o aval ao governo se o PMDB desembarcar e alertaram sobre um possível efeito dominó em outros partidos.

"Foi um aviso de que o gato subiu no telhado. A ficha dela caiu, mas, por incrível que pareça, não se abateu", contou um dos deputados que estiveram com a presidente. "Parece que, se morrer, vai morrer lutando".

Numa contraofensiva arriscada, o governo decidiu, na quinta-feira, desafiar o vice Michel Temer - que comanda o PMDB e é chamado por petistas de "chefe da facção" -, exonerando o presidente da Funasa, Antônio Henrique de Carvalho Pires, homem de sua confiança.

Nos bastidores, auxiliares de Dilma afirmam que tudo será feito para enfrentar a "conspiração" do grupo de Temer e contemplar com cargos quem pode ajudar a derrubar o impeachment na Câmara. É uma disputa voto a voto, no mais fiel estilo do "toma lá, dá cá".

Tática semelhante foi usada em dezembro, quando Dilma dispensou o vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, indicado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação à atitude do deputado de aceitar o pedido de impeachment.

Em conversas reservadas, Dilma mostra inconformismo com o fato de Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção na Petrobras, conduzir o processo que pode levar a seu afastamento. "Eu não cometi nenhum crime para justificar a interrupção do meu mandato. Brigarei até o fim", diz ela, enquanto a Operação Lava Jato avança sobre o governo.

No PT há quem pregue até mesmo que, em caso de impeachment, Dilma recorra à Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse combate, há ainda táticas de guerrilha que circulam na internet, com ameaças de fim de programas sociais, como o Bolsa Família, se a presidente cair.

Foi após a campanha da reeleição, em 2014, que Dilma terminou de ler a biografia do ex-presidente Getúlio Vargas, escrita pelo jornalista Lira Neto. Não por acaso, outro dia voltou a dar uma espiada no terceiro volume, segundo relato de um ministro. "Tudo a seu tempo", costumava dizer Getúlio, quando era pressionado.
População faz operação tapa-buracos da BR-135 após morte de bailarina 


Os moradores do bairro de Pedrinhas, em São Luís, estão realizando uma mobilização neste domingo (27) na BR-135 para capinar e tapar os buracos na estrada. A ação acontece um dia após a morte da bailarina Ana Duarte, vítima de latrocínio no local.

Segundo o morador Moacir Santos de Paula Filho, a região vem sofrendo constantes assaltos por conta dos buracos na estrada. Ele também disse que nada é feito por parte do Poder Público.

O governador Flávio Dino (PCdoB) cobrou através das redes sociais alguma ação do Dnit, órgão federal responsável pela conservação da via. Dino disse que há meses vem pedindo a recuperação emergencial da BR-135, além da retomada da duplicação.  “Venho alertando o Governo Federal para as tragédias que ali se verificam. Infelizmente, há meses o Dnit permanece inerte”, escreveu.

Ana Duarte foi alvejada com seis tiros de espingarda - foto Facebook 
O Dnit disse que está fazendo serviços de reparo emergencial na BR-135 e que os trabalhos ainda não foram concluídos por causa da intensidade das chuvas nas últimas semanas.

A professora de história e bailarina, Ana Lúcia Duarte Silva, morreu na madrugada de sábado (26) atingida por seis disparos de arma de fogo. Ela foi abordada por criminosos quando reduziu a velocidade do veículo para passar pelos buracos da BR-135, na região de Pedrinhas.

"A família tá revoltada. Todo mundo triste e que as autoridades tomem providência para que esse crime não seja mais um que fica em pune na nossa sociedade”, desabafou o irmão de Ana Duarte, Luiz Henrique Duarte.

fonte: G1/MA 


Vereadores prestam contas a bases eleitorais durante o feriado da Semana Santa 

Vereador Mario Assunção ladeado por correligionários politicos na zona rural 
O Poder Legislativo municipal praticamente ficou de recesso por conta do feriado da Semana Santa. É o momento em que os trabalhos deveriam parar, no entanto, esta é a hora de prestar contas do mandato às bases eleitorais, principalmente na zona rural, além de articular apoios neste  período de eleição municipal. 

O lider do governo na Câmara Municipal, vereador Mario Assunção (PPS) disse que sempre aproveita o feriado da Pascoa para visitar as suas bases no interior do municipio e que dispõe dessa época, com um pouco mais de tempo, para saber das principais demandas.

“Essa é a época que eu mais viajo e aproveito para estar mais próximo da minha base eleitoral porque às vezes, no dia a dia, a gente fica um pouco distante devido aos trabalhos nas comissões e no plenário”, relatou Assunção. Nas redes sociais o parlamentar postou que viajou mais de 400 km percorrendo alguns povoados da zona rural de Caxias. 

Além de viajar pelo interior de Caxias, Mario Assunção pôde aproveitar os dias de recesso para avaliar o primeiro mandato de vereador, fazer uma autocrítica e corrigir eventuais equívocos. “Esse é o momento de fazermos também um balanço desse nosso primeiro mandato e melhorar para um eventual novo mandato a partir de janeiro de 2017. Nesses feriados prolongados essa interlocução é importante com os agentes políticos, pois os contatos são mais próximos”, salientou.

Os vereadores Genival Moto Peças, Jeronimo, Ana Lucia, Irmã Nelzir, Taniery Cantalice e Fatima da Baixinha também aproveitaram o recesso pascal para reforçar as bases eleitorais no interior. 

Distanciamento pode custar o mandato

O jornalista e articulador político Evilasio de Sousa conta que a política paroquial, é feita de forma mais próxima, e é muito importante e natural para os políticos manterem suas bases eleitorais.

“O trato com as lideranças e com as bases eleitorais deixa a imagem do político mais próxima, e se ele se afasta acaba perdendo votos”, analisou Evilasio. 
Governador Flavio Dino reclama do abandono da BR 135 e diz que vai recorrer à a Justiça contra o Governo Federal 


Em resposta àqueles que culpam o Estado pela situação de abandono da BR-135, principalmente no trecho de mais de 20 Km da Estiva à rotatória do Tirirical, o governador Flávio Dino disse que tem pedido ao Governo Federal para fazer uma recuperação emergencial, além de alertar para as tragédias que são registradas na rodovia. Ele reclama da inércia do DNIT.

“Há muitos meses, eu venho pedindo a recuperação emergencial da BR 135, além da retomada da obra de duplicação. Nada foi feito, infelizmente. Venho alertando o Governo Federal para as tragédias que ali se verificam. Infelizmente, o DNIT há meses permanece inerte”, disse o governador.

Diante do quadro de gravidade, com vidas sendo ceifadas por conta da buraqueira, o governador ingressará na Justiça contra o Governo Federal.

“Com a responsabilidade que me cabe, na segunda-feira o Estado do Maranhão ingressará na Justiça contra o Governo Federal”, assegura.

Segundo Dino, o pedido é que o Governo do Maranhão seja autorizado pela Justiça a efetuar recuperação emergencial BR 135, cobrando ressarcimento do Governo Federal.

"Compreendo e sou solidário com problemas do Governo Federal. Mas não posso compactuar com um ano de negligência do DNIT, no único acesso a São Luís. Legalmente não posso cuidar de obras federais. Por isso, espero que Justiça me autorize, para que possa resolver e cobre gastos do Governo Federal", disse.

Ele ressalta que através do ‘Programa Mais Asfalto’ tem procurado resolver os problemas das estradas estaduais, além de ajudar municípios com o asfaltamento de ruas.

Confira o que escreveu o governador.


fonte: Blog do Gilberto Lima 

sábado, 26 de março de 2016

Governador Flávio Dino inaugura, vistoria e anuncia obras em São Mateus  


O governador do Estado, Flávio Dino, esteve, na manhã deste sábado (26), no município de São Mateus. Entre as inaugurações de importantes obras nas áreas de infraestrutura e saúde, o governador assinou a ordem de serviço para a perfuração de dois poços, que deverão impulsionar o abastecimento de água na cidade.

“Esse conjunto de obras que estamos entregando para a população de São Mateus demonstra o compromisso do nosso Governo com questões importantes como saúde e abastecimento de água, além da pavimentação asfáltico que levamos para os municípios por meio do programa ‘Mais Asfalto", disse o governador Flávio Dino anunciando importantes obras para o município, inclusive a segunda etapa do programa ‘Mais Asfalto’ na cidade.

Em São Mateus, os poços serão construídos nos bairros Vila Barreto e Ayrton Senna. Com 250 metros de profundidade, a obra contemplará a aquisição e montagem de conjunto moto bomba com vazão de 60m³ por hora. A interligação será feita com a rede de distribuição já existente e cada poço beneficiará cerca de 8 mil pessoas.


“Estas obras anunciadas hoje representam mais um grande passo do programa ‘Água para Todos’. A determinação do governador Flávio Dino é muito clara, levar esse programa para todos os municípios do Maranhão. Reforçar o abastecimento de água em São Mateus, com esses poços, é melhorar a qualidade de vida dessa população”, disse Davi Telles.

O governador ainda entregou cinco quilômetros de pavimentação asfáltica ao município, a partir de investimentos do Programa ‘Mais Asfalto’. A obra é uma reivindicação antiga da população e garantirá a mobilidade urbana.

“Agora nós temos a devida atenção da administração estadual. Temos um governo que realiza investimentos e que deixa claro a diferença no apoio aos municípios. Essa união de forças entre Município e o Estado fará toda a diferença para a população”, afirmou o prefeito da cidade, Miltinho Aragão.

Após a entrega do ‘Mais Asfalto’, Flávio Dino andou pelas avenidas de São Mateus e participou das inaugurações da Avenida Antônio Pereira Aragão – a principal da cidade – que passou por reforma e recebeu nova urbanização, a partir da parceria entre o Governo do Estado e prefeitura; e da reforma e ampliação da Unidade Básica de Saúde São Marcos.

José Oliveira Martins lavrador e funcionário público agradeceu as obras que chegaram ao município. “Temos um governador e um prefeito que estão investindo para melhorar a vida do povo. Agradecemos muito”, disse o lavrador.


Durante o evento, a câmara de vereadores realizou uma sessão solene e entregou a Flávio Dino o título de cidadão são-mateuense. Estiveram presentes, na visita à São Mateus, o secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, da Mulher, Laurinda Pinto, o diretor presidente da Caema, Davi Teles, a deputada federal Eliziane Gama, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho,  e os deputados estaduais Vinícius Louro, Cabo Campos e Ana do Gás.
Esquema de propina da Odebrecht funcionava desde o governo Sarney 

Prédio onde fica a sede da construtora ODEBTRCHT em São Paulo 
Uol noticias
A 26ª fase da operação Lava Jato expôs, na última terça-feira (22), a existência de um "departamento de propina" na empreiteira Odebrecht, que teria sido utilizado para movimentar altas somas de dinheiro em pagamentos ilícitos para agentes públicos e políticos principalmente em 2014. O esquema, no entanto, pode ser muito mais antigo. Documentos mostram que, durante o mandato presidencial de José Sarney (1985-1990), procedimentos bem semelhantes aos apontados pelos investigadores da Lava Jato envolviam 516 agentes públicos, empresários, empresas, instituições e políticos. Entre eles, há ex-ministros, senadores, deputados, governadores, integrantes de partidos como PSDB, PMDB e PFL (atual DEM).

O UOL teve acesso a quase 400 documentos internos da empreiteira, a maioria datada de 1988, detalhando remessas e propinas a diversos políticos. A documentação estava de posse de uma ex-funcionária da Odebrecht. Como no esquema divulgado pela Lava Jato na terça-feira (22), eram utilizados codinomes para os receptores dos pagamentos e as propinas eram calculadas a partir de percentuais dos valores de obras da empreiteira nas quais os agentes públicos estavam envolvidos.

A Odebrecht afirmou "que não se manifestará sobre o tema". Todos os políticos ouvidos negaram qualquer envolvimento em esquema de propinas com a construtora.

Chamada "relação de parceitos", a lista cita nomes de politicos com respectivos codinomes  
Na documentação chamada "Livro de Códigos", havia uma lista, batizada de "Relação de Parceiros", que detalha os codinomes de políticos, agentes públicos e empresários relacionados às obras da Odebrecht nas quais teriam atuado.

Um dos nomes que aparecem é de Antonio Imbassahy, atual deputado federal pelo PSDB – que tinha o codinome "Almofadinha", e estaria relacionado à obra da barragem de Pedra do Cavalo, na Bahia. Imbassahy presidiu a Desenvale (Companhia do Vale do Paraguaçu) nos anos 1980, quando era filiado ao PFL. A Desenvale foi o órgão público responsável pela obra de Pedra do Cavalo.

Anotações revelam pagamentos de propinas desde os anos 80
Também do PSDB, Arthur Virgílio, atual prefeito de Manaus, recebe o codinome "Arvir". Do PMDB, são citados Jader Barbalho ("Whisky"), atualmente senador, ligado à obra da BR-163, no Pará, e o ex-ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão ("Sonlo"). Os filhos do ex-presidente José Sarney, Fernando e José Filho, aparecem com os codinomes "Filhão" e "Filhote"; Roseana Sarney, como seu nome de casada, "Roseana Murad", aparece como "Princesa".

Na lista, está também o ex-presidente e atualmente senador recém-desfiliado do PTB, Fernando Collor de Mello ("Mel"), relacionado a um emissário submarino construido na década de 1980, quando ele era governador de Alagoas. Há também o nome de Aroldo Cedraz, atual presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), de codinome "Toldo" e ligado à obra adutora do Sesal – ele ocupava na época os cargos de presidente da Cerb (Companhia de Engenharia Rural da Bahia) e de secretário de Recursos Hídricos e Irrigação da Bahia.

O já falecido ex-deputado federal e governador do Mato Grosso, Dante Oliveira (1952-2006), que ficou famoso como o autor do projeto que pedia eleições diretas para presidente nos anos 1980, tinha o apelido "Ceguinho" e estaria relacionado a obras de canais em Cuiabá, cidade onde foi prefeito por três mandatos.

"Esquema sempre existiu, sempre foi esse"

"O esquema naquela época era mais ou menos como esse divulgado essa semana, só não tão organizado assim. Esse esquema de propina, de fraudar licitações, sempre existiu na empresa. Aliás em todas as grandes, o esquema sempre foi esse", explica Conceição Andrade, ex-funcionária da empresa e que trabalhou no departamento responsável pelos pagamentos – a antecessora de Maria Lúcia Tavares, que delatou o esquema atual na Lava Jato.

"Eram porcentagens de valores das obras. Era feito o fechamento, e determinava um percentual. A partir daí ocorria o superfaturamento e o pagamento. Tudo isso era feito através de transações bancárias e dinheiro. É bem semelhante ao que foi divulgado na Lava Jato, mas hoje tem um departamento específico para isso. Naquela época era feito em nível de gerência, mas acredito que tenha funcionado em diretoria e presidência também", completa Conceição.

Lista com 516 nomes cita politicos, a exemplo do senador Edson Lobão do PMDB/MA 
"Quando fui demitida e peguei os pertences pessoais, esses documentos estavam no meio da caixa, acabaram vindo junto. As pessoas recomendaram que me desfizesse, mas achei bom guardar. É preciso traçar um paralelo, mostrar que isso é antigo. Alguns desses crimes podem até estar prescritos, mas isso tudo mostra que o esquema vem de bem antes. A saída é reforma, não é demonizar o PT", explica a ex-funcionária.

Investigação

Em 2015, Conceição encaminhou toda a documentação detalhando as propinas para o deputado federal Jorge Solla (PT-BA). Solla apresentou tudo em dois âmbitos: na Polícia Federal e na CPI da Petrobras.

Os documentos foram entregues ao delegado Bráulio Galloni, que, por sua vez, remeteu tudo para Curitiba, sede da força-tarefa da Lava Jato. Atualmente, estão na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal.

Outro Lado

O deputado federal Antonio Imbassahy afirmou que é "um despropósito" a menção ao seu nome na "Relação de Parceiros" da Odebrecht. "Como homem público sempre tive uma relação baseada na decência com a Odebrecht e com qualquer empresa."

O prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, enviou nota ao UOL, na qual afirma:

"Meu pai, que tinha nome igual ao meu, era, nessa época, um simples senador cassado. Eu era um ex-deputado, prefeito de Manaus entre 1989 e 1992, distante dos governos federais desse período, que nunca se relacionou com a empresa Odebrecht.

Não fui e não sou parceiro de empresas e, em meio a esse charco todo, sempre me mantive nos limites da seriedade pública.

Considero no mínimo precipitada a formulação da pergunta sobre "propina". Equivaleria a eu perguntar ao jornalista se ele vende opinião em matérias ou artigos. Perdoe-me a dureza, mas sou cioso do patrimônio de honradez que herdei e que transmito aos meus filhos.

Desviar o foco dessa lama que vem cobrindo o Brasil pode terminar servindo de válvula de escape para os que têm culpa real nos desmandos éticos que desmoralizam o Brasil.

Nos meus dois mandatos de prefeito, não houve nenhuma obra dessa empresa [Odebrecht]. Espero, sinceramente, que um veículo do peso e da respeitabilidade de vocês saiba respeitar a honra de quem a possui."

Advogado responde por Lobão e Sarney

O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, negou que seus clientes, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e a ex-governadora Roseana Sarney, tenham cometido qualquer ato ilícito.

"O Brasil passa por um momento de criminalização da política. Isto é muito grave. Vamos afastar da atividade política, que é essencial para qualquer país, as pessoas de bem. E a delação passou a ser prova para incriminar, sem sequer investigar. Um país punitivo não serve para a democracia. A palavra do delator normalmente é falsa e estranhamente seletiva."

O UOL entrou em contato com o assessor de imprensa de Collor, que informou não ter conseguido contato com o gabinete dele em Brasília. A reportagem ligou para os telefones do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e de seus assessores, mas ninguém atendeu aos telefonemas. A assessoria do TCU não respondeu aos questionamentos da reportagem. O UOL não conseguiu contato com Fernando Sarney e José Sarney Filho.
Planalto prepara 'plano B' para cenário de desembarque do PMDB
por Gerson Camarotti 


O Palácio do Planalto jogou a toalha em relação ao PMDB e já trabalha com um plano B para tentar barrar o impeachment. Na avaliação de integrantes da articulação política, a gota d’água foi o desembarque do PMDB do Rio de Janeiro.

Com esse cenário, a ordem no Planalto foi de usar os cargos do PMDB para negociar no balcão com deputados. A estratégia é oferecer cargos importantes, como o comando da Funasa, e até mesmo ministérios que ficarão vagos para conseguir votos suficientes na Câmara dos Deputados.

“Vamos tentar fazer de um limão, uma limonada. O PMDB tem sete ministérios e dezenas de cargos importantes. Com isso, vai ser possível negociar individualmente com os deputados de outros partidos”, observou um integrante da articulação política do governo.

Cálculo realista feito no Planalto indica um piso de 130 votos na Câmara. O governo precisa assegurar pelo menos 171 votos para barrar o impeachment de forma segura. Na avaliação do governo, não é mais possível negociar partidos inteiros, ou mesmo, grupo de parlamentares.

“Já iniciamos um mapeamento. E vamos usar esse espólio do PMDB para resolver o impeachment. Tem partido que só tem um ministério e já garante votos. Já que o PMDB decidiu desembarcar, vamos distribuir esses cargos e tentar reverter a situação”,
reforçou esse articulador político.