Em 18 anos, mortes no transito aumentaram 40% 

Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que, 
desde que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) entrou em vigor, em 
1998, a frota de automóveis em circulação no Brasil cresceu 275%. No 
mesmo período, o número de mortes em acidentes de trânsito aumentou 40%.
“Embora
 o número seja alarmante e o governo federal esteja empenhado num 
esforço global para reduzir o número de acidentes no trânsito, sem a 
vigência do CTB, a tendência, segundo os técnicos do Denatran, seria ter
 um total de vítimas ainda maior, levando-se em consideração o 
crescimento do total de veículos em circulação”, diz o Ministério das 
Cidades.
Com o incremento da frota, cresceu, também, o número de 
infrações. Em 2015, segundo o Denatran, foram aplicadas mais de 13 
milhões de multas de trânsito. Um ano antes, em 2014, foram 8 milhões. A
 maioria por excesso de velocidade.
Para o observador certificado 
do Observatório Nacional de Segurança Viária, tenente-coronel Ordeli 
Savedra Gomes, é preciso que os gestores levem o trânsito a sério, que 
tire a letra fria do CBT e leve para a vida real.
“O que se 
percebe é que alguns órgãos trabalham com educação para o trânsito 
porque tem mais estruturas. As polícias militares e a Polícia Rodoviária
 Federal também fazem algum esforço. Mas, na grande maioria dos 
municípios pequenos do interior, isso não é trabalhado”, alerta Ordeli.
A
 ausência de órgãos de trânsito nas cidades, que também é uma exigência 
do Código Brasileiro de Trânsito, representa outro desafio para ampliar a
 conscientização e aprimorar a fiscalização nas vias urbanas, onde os 
condutores passam a maior parte do tempo. Mas nem 30% dos municípios 
cumprem a determinação e, assim, não integram o Sistema Nacional de 
Trânsito.