terça-feira, 30 de setembro de 2025

 Advogados vão à justiça contra fotos do governador em órgãos públicos; juiz mantém Brandão nas paredes

O Tribunal de Justiça do Maranhão decidiu que o governador Carlos Brandão pode continuar estampando seu rosto nas paredes de repartições estaduais. A tentativa de barrar a prática partiu de dois advogados — Josemar Emílio Silva Pinheiro e Gilmar Pereira Santos — que moveram uma Ação Popular acusando o chefe do Executivo de autopromoção e desrespeito ao princípio da impessoalidade.

Segundo os autores, as fotos do governador decorando secretarias e hospitais não são simples retratos institucionais, mas sim propaganda pessoal bancada com dinheiro público. O juiz Douglas de Melo Martins, no entanto, não enxergou urgência no caso e indeferiu o pedido liminar que pedia a retirada imediata das imagens.

Brandão, por sua vez, defendeu que pendurar a foto do mandatário de plantão é tradição no serviço público brasileiro — quase um ritual burocrático. O Estado do Maranhão reforçou o coro, chamando a prática de “protocolo administrativo” e até de mecanismo de “transparência e accountability democrática”.

A decisão, no fundo, reforça o óbvio: colocar o retrato do governador na parede sempre foi praxe — de Sarney a Dino, passando por todos que já ocuparam o cargo. Não se trata de invenção de Brandão nem de algum plano maquiavélico de autopromoção. A diferença agora é que dois advogados decidiram transformar um hábito protocolar em batalha judicial.

Em vez de concentrar energia em problemas mais urgentes, a cruzada jurídica acabou mirando na moldura da parede. O resultado é que o governador segue com sua foto no mural institucional, e os advogados, com a fama de ter escolhido um alvo, no mínimo, curioso.

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