sábado, 3 de maio de 2025

Maioria na profissão, mulheres médicas ganham 23% a menos do que homens, aponta pesquisa da Afya 

Mesmo sendo maioria entre os profissionais da medicina, as mulheres ainda enfrentam desigualdades marcantes no exercício da profissão. É o que mostra a Pesquisa Salarial do Médico, realizada pelo Research Center da Afya – maior hub de educação e soluções para a prática médica do país. De acordo com o levantamento, médicas recebem, em média, 23% a menos que seus colegas homens. A renda mensal das mulheres é de R$ 17.535,32, enquanto a dos homens chega a R$ 22.669,86.

A defasagem salarial é explicada por dois fatores principais: a remuneração média por hora – R$ 370 para mulheres e R$ 417 para homens – e a jornada semanal – 47,4 horas para médicas e 54,3 horas para médicos. A desigualdade persiste em todas as faixas etárias, regiões do país e níveis de formação. Entre os profissionais com especialização, por exemplo, a diferença de renda chega a 22,4%.

Quando observadas as regiões de atuação, a menor diferença salarial entre os gêneros ocorre no Sul, com 15,4%. Nas demais regiões, os homens apresentam rendimentos superiores, com uma disparidade que varia entre 22% e 24%, sendo 22,6% no Norte, 22,2% no Nordeste, 24,2% no Centro-Oeste e 24,9% no Sudeste.

O estudo também aponta que a maternidade influencia diretamente a rotina profissional. Médicas com filhos trabalham, em média, 46,7 horas por semana, enquanto médicos pais dedicam 55,2 horas à profissão. Entre as médicas divorciadas ou separadas com filhos, essa média sobe para 50,7 horas, indicando a busca por estabilidade financeira diante da sobrecarga com responsabilidades familiares.

“Conciliar vida pessoal e profissional ainda é um desafio para as mulheres. A desigualdade salarial não se resume à remuneração por hora, mas reflete um desequilíbrio estrutural, inclusive na divisão das tarefas domésticas. Avançar nessa discussão é essencial para criar um ambiente mais justo para todos”, afirma Eduardo Moura, médico e diretor do Research Center da Afya.

A pesquisa ouviu 2.637 profissionais de todos os gêneros, entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, com nível de confiança de 95% e margem de erro de 1,9 ponto percentual.

Sobre a Afya

A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 37 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.593 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 21 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br.

Deputado do MA recebeu R$ 5,4 milhões de entidade suspeita na fraude do INSS, diz site 

O deputado estadual maranhense Edson Araújo (PSB) recebeu, no período de um ano, R$ 5,4 milhões de uma das entidades investigadas no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado pelo Metrópoles.

Segundo a Polícia Federal (PF), os pagamentos ao parlamentar foram feitos entre maio de 2023 e maio de 2024 pela Federação das Colônias dos Pescadores do Estado do Maranhão, que entrou na investigação por ter recebido R$ 400 mil da Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura (CBPA), entidade que arrecadou R$ 99 milhões com descontos de mensalidade de aposentados.

Edson Araújo (foto em destaque) foi 2º vice-presidente da CBPA e presidente da federação de pescadores maranhenses. Os investigadores destacaram que os pagamentos ocorreram depois que a confederação assinou o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, norma que permite o desconto de mensalidade associativa direto da folha de pagamento das aposentadorias.

De acordo com a PF, as transações envolvem “valores expressivos e desconexos com capacidade econômica” do parlamentar, com suspeita de “ocultação de bens e patrimônio ou sonegação fiscal”. Por causa da suspeita sobre o deputado, que tem foro privilegiado, o juiz Frederico Botelho Viana, da 15ª Vara Criminal em Brasília, decidiu enviar a investigação para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Quando recebeu os recursos, Edson Araújo ocupava a Secretaria da Pesca do governo do Maranhão. Em 2022, Araújo ficou como suplente na Assembleia Legislativa. Em janeiro deste ano, ele retornou ao Legislativo, junto com outros três parlamentares que entraram na vaga de deputados que foram eleitos prefeitos em 2024. Edson Araújo foi procurado pela reportagem, mas não retornou.

“Pelo histórico de ocupação dos cargos públicos/políticos é possível inferir que a arquitetura dos fatos, muito possivelmente, se deu no exercício das funções públicas, uma vez que, de alguma forma, sempre ligados à área de atuação da CBPA, principal investigada neste inquérito policial”, diz relatório da PF que investiga a CBPA sobre a relação da entidade com o parlamentar.

Investigação sobre CBPA
A CBPA foi fundada em 2020 e assinou um acordo de cooperação técnica com o INSS dois anos depois, em julho de 2022. A entidade recebeu R$ 99 milhões a partir de 2023, tirando proveito da inserção de dados em massa no sistema do Dataprev, operação que, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), transformou o INSS em uma “indústria de descontos indevidos”.

“Há fortes indícios de que esta lista apresentada ao INSS/DATAPREV é falsa, contendo pessoas (muitas residentes em área rural) que não autorizaram o desconto associativo”, diz o relatório da PF. (Metrópoles)