Eduardo Cunha diz que "não vê espaço" para impeachment de Dilma Rousseff 
de O Globo 
![]()  | 
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) reforçou sua posição 
contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, afirmando que não
 há espaço para o uso desse instrumento contra o o governo que está no 
início e que foi legitimamente eleito. Cunha fez questão de dizer que 
uma coisa é o ritmo que vem imprimindo em sua gestão, de independência 
em relação ao Executivo, e a defesa do impeachment da presidente. 
— Eu fui sempre muito claro com relação a esse assunto e vou 
continuar sendo: não vejo espaço para isso, não concordo com esse tipo 
de discussão e não terá meu apoio. Existe uma diferença muito grande de 
você ter qualquer tipo de divergência ou a forma de atuar com 
independência — disse Cunha.
Cabe ao presidente da Câmara analisar os pedidos de impeachment de 
presidentes da República que chegam ao Congresso Nacional, decidindo se 
dá ou não andamento aos pedidos. Se o sinal verde for dado, o processo 
segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Em 
plenário, o pedido precisa ter pelo menos 342 dos 513 votos para seguir 
para o Senado.
— O governo que aí está, está legitimamente eleito. Não dá para você,
 no início do mandato, ter esse tipo de tratamento desse processo. Eu 
não concordo — acrescentou Cunha.
Cresce nas redes sociais um movimento em defesa do impeachment de 
Dilma, e está sendo articulado um ato para o dia 15 de março chamando as
 pessoas para irem às ruas em defesa do uso desse instrumento. A 
oposição começa a fazer discursos neste sentido. Na noite da terça-feira o
 líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), usou a tribuna da Casa 
para dizer que não é preciso ter receio de tratar a possibilidade de 
impeachment de Dilma, porque esse é um preceito para preservar a 
população.
— Se estiverem presentes as condições, como aparentam estar, e ela 
(Dilma) continuar nessa trilha de corrupção e improbidade, haverá sim 
impeachment — disse Sampaio.
Desde a eleição, quando venceu o candidato do PT, Arlindo Chinaglia 
(SP), que tinha o apoio do Planalto, Cunha vem tomando decisões que 
causam constrangimento ao governo e demarcam posição de independência. 
Na semana passada ele analisou e criou imediatamente a CPI da Petrobras 
proposta pela oposição. Na terça, anunciou a decisão de chamar os 39 
ministros para darem explicações ao Congresso.
