Brasil é o quinto pais no mundo em mortes por acidentes no transito
Agencia Brasil  
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Diante
 desse cenário, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações 
intersetoriais, que deverão envolver outras esferas do governo federal, 
governos estaduais e municipais, para promoção de uma política 
específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o 
ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em 
discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra. “Não dá
 mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É 
preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de 
saúde pública. Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de 
apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e
 a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI [Equipamento 
de Proteção Individual], possibilitando a venda do item de segurança 
junto do veículo”, exemplificou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Em
 novembro, o Brasil sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto
 Nível sobre Segurança no Trânsito, com o objetivo de repactuar metas e 
traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a 
segurança da população e salvar milhões de vidas. “Uma constatação que 
observamos no Brasil, e que já vimos em outros lugares do mundo, é a 
redução do número de atropelamentos e acidentes de carro e o aumento de 
acidentes de motos. A moto está substituindo a bicicleta e o cavalo e 
também vem sendo utilizada como um instrumento de trabalho”, observou o 
ministro.
Números
Segundo o Sistema de Informações 
sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 4.292 
mortes de motociclistas em 2003, número 280% menor do que o registrado 
10 anos depois (12.040). Parte do aumento de acidentes envolvendo motos 
se deve ao crescimento vertiginoso da frota no país. Entre 2003 e 2013, o
 número de motocicletas aumentou 247,1%, enquanto a população teve um 
crescimento de 11%.
De 2008 a 2013, o número de internações devido
 a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas
 os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o
 SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 
milhões foram gastos no atendimento às vitimas. Desse total, 88.682 
foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 
milhões – crescimento de 170,8% em relação a 2008. Esse valor não inclui
 custos com reabilitação, medicação e o impacto em outras áreas da 
saúde.
Perfil das vítimas
Segundo Sistema de 
Vigilância de Violências e Acidentes (Viva 2011), que traça o perfil das
 vítimas de violências e acidentes atendidas em serviços de urgência e 
emergência do Sistema Único de Saúde em capitais brasileiras, 78,76% das
 vítimas de acidente de transporte terrestre envolvendo motociclista são
 homens, na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre os motociclistas 
ouvidos, 19,6% informaram o uso de bebida alcoólica antes do acidente e 
19,7% estavam sem capacete.
“Os acidentes pegam uma faixa etária 
delicada da população. Para um país que está envelhecendo, essas pessoas
 impactam muito, já que estão em sua idade produtiva. Esses acidentes 
interferem no sistema de saúde, na previdência, no trabalho e, 
principalmente, na vida pessoal do indivíduo”, lembrou o ministro.
Em 2010, o Ministério da Saúde instalou o Projeto Vida no Trânsito com o objetivo de reduzir os casos de mortes e feridos em decorrência de acidentes no trânsito. Entre as ações do projeto está a realização de campanhas educativas e a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais.
Em 2010, o Ministério da Saúde instalou o Projeto Vida no Trânsito com o objetivo de reduzir os casos de mortes e feridos em decorrência de acidentes no trânsito. Entre as ações do projeto está a realização de campanhas educativas e a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais.
Com o banco de dados 
atualizado, os gestores de saúde podem identificar os fatores de risco e
 as vítimas mais vulneráveis nos respectivos municípios, assim como os 
locais onde o risco de acidente é maior. Desde a instalação do projeto, 
já foram liberados cerca de R$ 41,3 milhões para as atividades. Em 2012,
 o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões e, em 2013, foram 
repassados R$ 13,5 milhões para as capitais dos 26 Estados e o Distrito 
Federal.
