Policia investiga ligação de postos de combustíveis do Piauí e Maranhão com o PCC
O grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar capitais ilícitos, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio.
Aliando inteligências financeira e de segurança, a investigação revelou interconexão direta entre empresários locais e os mesmos fundos e operadores financeiros investigados pela Operação Carbono Oculto, que integrou Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo e PM paulista para desarticular um esquema nacional de lavagem de dinheiro de organizações criminosas.
Na manhã desta quarta-feira (05), as equipes policiais seguem em campo com a interdição de 49 postos de combustíveis nos municípios de: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira, no Piauí; Peritoró, Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras, no Maranhão; e São Miguel do Tocantins, no Estado do Tocantins.
A ação faz parte das medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Postos de combustíveis do Piauí e de outros nove estados estariam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com a Receita Federal, que deflagrou uma megaoperação no mês de agosto, mais de mil estabelecimentos em todo o país recebiam dinheiro em espécie ou via maquininhas de cartão e transferiam os recursos para a organização criminosa por meio de suas contas bancárias.
Há indícios de que as lojas de conveniência e as administradoras desses postos, além de padarias, também participavam do esquema.
A estimativa é que entre 2020 e 2024, o esquema envolvendo os postos de combustíveis tenha movimentado cerca de R$ 52 bilhões, com recolhimento de tributos muito baixo e incompatível com suas atividades.
Os postos já foram autuados pela Receita Federal em mais de R$ 891 milhões.
