A Deus, meu amigo Luís Borges
"Que Deus segure em tuas mãos e até nos encontrarmos outra vez." (Alberto Pessoa)
Por: Alberto Pessoa – Jornalista caxiense
Eu e Borges fizemos a cobertura do Caso Rosinha, que envolveu o assassinato de seu amante, um caxiense, empresário do ramo de confecções, fato que chegou a ser retratado pela Rede Globo no programa Linha Direta.
Também produzimos séries de reportagens sobre dona Graciele, acusada de sacrificar crianças em rituais macabros nas redondezas do riacho Ouro. Nessas matérias, o saudoso Sinezinho também contribuiu com sua arte de fotografar.
Assim como José Barros foi — e ainda é — um ícone do jornalismo de Caxias e da região dos Cocais, Luís Borges transformou a fotografia em um imenso arquivo da história social e política da Princesa do Sertão. Registrou, com suas lentes objetivas e seu olhar crítico, grandes momentos do cotidiano de sua terra natal, deixando marcas indeléveis, permanentes, que não se pode destruir, suprimir ou fazer desaparecer — marcas que jamais se apagarão da memória de nosso povo.
O documento do nosso dia a dia está carimbado com a marca e a assinatura do nosso fotógrafo Luís Borges.
Juntamente com Sinézio Santos, Waston Silva e Sinezinho, o nosso Luís Borges está eternizado em nossa herança histórica pela imortalidade de sua obra.
Além de seu importante trabalho social, Luís Borges era uma pessoa incrível: humilde, inteligente, pai exemplar, marido dedicado e, acima de tudo, zeloso com a integridade de sua família. Tinha grande admiração por todos os seus familiares e falava com muito orgulho de sua parentela. Tinha como exemplo, inclusive, seu irmão, o jornalista Raimundo Borges.
Luís guardava em sua residência uma foto (que ainda deve estar por lá), com vários membros da família em cima de uma árvore de galhos secos — a qual ele chamava, com carinho, de "Árvore Genealógica da família Borges".
Vai com Deus, Luís Borges!