Deputados estaduais reúnem-se com policiais civis em greve e debatem reivindicações
Os deputados Wellington do Curso (PPS) e Júnior Verde (PRB),
representando a Assembleia, reuniram-se na tarde desta terça-feira (04),
no Plenarinho, com dezenas de policiais civis, que estão em greve desde
ontem (03). “Convidamos vocês aqui para ouvi-los, para dialogarmos e
buscarmos um entendimento. Queremos mediar um acordo, um entendimento
entre vocês e o governo”, afirmou Júnior Verde, que revelou ser
investigador da polícia civil.
Tanto Wellington quanto Júnior Verde, inicialmente, manifestaram
irrestrito apoio à greve da categoria e ressaltaram todos os passos que
foram dados em busca de um entendimento com o governo. “Somos
testemunhas de que a direção do Sindicato dos Policiais Civis do Estado
do Maranhão (SINPOL) buscou sempre dialogar com o governo. Os
secretários do governo sempre receberam muito bem os representantes
dessa categoria, mas nenhuma proposta de acordo foi feita pelo governo”,
afirmou Wellington.
“Até hoje o governador Flávio Dino (PC do B) não nos recebeu diante
de tantos pedidos de audiência que já fizemos. Nossa luta é por respeito
à dignidade de nossa categoria, por melhorais. Prestamos um serviço
essencial à sociedade, que é garantir a Segurança Pública. É
inadmissível que um policial civil ganhe 20% do que ganha um Delegado de
Polícia e trabalhe em condições inadequadas”, disse Heleudo Moreira,
presidente do SINPOL, mostrando indignação.
Segundo Heleudo, o governador Flávio Dino assumiu o compromisso com a
Polícia Civil, durante campanha eleitoral, de que melhoraria os
salários da categoria. “Queremos uma tabela de salários. Entregamos
nossa pauta de reivindicações ao governador antes de sua posse. No
entanto, o que vimos foi um ato de desrespeito à categoria com a
aprovação da Lei 10.266/15, de iniciativa do Poder Executivo, que
concedeu um aumento de 70% para os Delegados de Polícia e somente de 5%
para a Polícia Civil”, assinalou.
O presidente do SINPOL acrescentou que o governo tem procurado jogar a
comunidade contra a categoria ao divulgar informações inverídicas como,
por exemplo, a de que já houve uma recomposição salarial da categoria.
“Isso é uma inverdade. Essa recomposição salarial não foi feita, apesar
das secretarias de Planejamento e de Gestão Previdenciária afirmarem em
notas técnicas que o orçamento do Estado suportaria o aumento que
reivindicamos”, argumentou.
LEGALIDADE E ADESÃO À GREVE
Heleudo revelou que, a qualquer momento, o SINPOL poderá receber uma
notificação do Tribunal de Justiça (TJ) a respeito de uma decisão
monocrática, considerando a greve da categoria como ilegal. “Caso isso
se confirme, vamos nos reunir em Assembleia Geral para decidir o que
fazer e acionar nossa assessoria jurídica. Será acatado o que maioria
decidir”, esclareceu.
Na oportunidade, o presidente do SINPOL denunciou que o Poder
Executivo desde outras gestões não cumpre decisões judiciais, pois há
uma sentença favorável à categoria referente à Gratificação de Nível
Técnico (GNT), que até hoje não foi cumprida.
Segundo a direção do SINPOL, a greve conta com a adesão de mais de
70% da categoria em todo o Estado entre investigadores, escrivães e
comissários, estando de fora apenas os peritos que negociam melhorias salariais por fora. “Estamos garantindo o funcionamento de 30% dos
quatro plantões centrais e de todas as regionais”, assegurou o Diretor
de Comunicação do SINPOL, Itamar Ferreira.
Após a fala dos dirigentes da categoria e dos parlamentares, muitos
policiais civis manifestaram-se defendendo a greve da categoria. “Basta
de desrespeito à nossa categoria. Nosso movimento nunca teve e terá
coloração partidária. O que queremos é valorização e respeito. Nossa
luta apenas começou”, disse enfaticamente o policial civil João Vítor.
ENCAMINHAMENTOS
A reunião foi encerrada com a aprovação dos encaminhamentos de os
deputados Wellington do Curso e Júnior Verde relatarem a discussão aos
seus pares na sessão de amanhã (quarta-feira) e buscarem abrir uma canal
de diálogo com o Governo do Estado; da realização de uma Assembleia
Geral, às 8h, no Parque do Bom Menino.