segunda-feira, 14 de julho de 2014

Brasil, pátria amada?  

O final da grande festa foi domingo. A cada quatro anos, mais ou menos com o início dos festejos juninos na nossa região, chega aquela epidemia de modo avassalador. Desta vez, ela veio de mansinho, dominando as redes sociais, ruas e muros de muitas casas. Eis que, de repente, a Copa do Mundo nos fez lembrar que somos brasileiros e patriotas.
Gosto muito de futebol. Até já confessei aqui, neste espaço, as alegrias – e as tristezas – que o Vasco da Gama me traz. Faço parte daquele grupo de pessoas que vê graça (e arte) nos embates travados por 22 marmanjos chutando a bola em um gramado qualquer. Contudo, o gosto pelo futebol tem pouquíssima relação com o comportamento coletivo vivenciado aqui durante as copas.
Sou de um tempo triste em que os alunos eram obrigados a cantar o Hino Nacional toda segunda-feira, enquanto a bandeira do Brasil era hasteada. Na primeira página de nosso caderno de “educação moral e cívica”, tínhamos de grudar uma foto de cada general-presidente. Minha geração não foi educada para sentir amor pela pátria, mas para sentir medo.
De lá para cá, veio a redemocratização. Já são 25 anos de estabilidade institucional, o maior período de normalidade política desde a Proclamação da República, em 1889. Só essa conturbada história de tensões e golpes pode explicar o imenso desprezo que o brasileiro tem pelo Brasil, como País.
Gostamos de anunciar em boa voz nossas maravilhas naturais e a cordialidade do povo. Tudo muito lindo, sereno e ajeitado. Enxergamo-nos apenas como convidados para uma mesma festa maravilhosa, em um lugar encantador, aconchegante e que não tem data para terminar: uma festa chamada Brasil.
Só muito esporadicamente atentamos para o fato de que somos uma pátria, um povo, uma nação. Não precisamos nem de todos dedos de uma das mãos para contar as Diretas Já (1984), o Fora Collor (1992) e as Manifestações dos 20 centavos (2013).
Aí veio a Copa do Mundo. Para além do futebol, milhões (bilhões?) de reais que o evento movimenta em publicidade nos instigam a colocar uma bandeirola na janela do carro, a vestir a camisa da Seleção Brasileira e a cantar o Hino Nacional a plenos pulmões. Tudo muito bonito, mas tão artificial quanto passageiro.
Talvez mais e mais anos de estabilidade institucional nos ensinem que o verdadeiro patriotismo não está na musiquinha animada do comercial do grande banco, mas no cuidado com o patrimônio público, que é de todos nós. Que a nação brasileira não precisa de um uniforme amarelo para demonstrar o amor pelo País, mas de maior cuidado na escolha de nossos representantes e de respeito pela atividade política. E que povo unido não é apenas o que canta o “hino a capela” nos estádios, mas, principalmente, aquele que trabalha pelo crescimento do Brasil.
Caxias está entre as cidades mais violentas do Estado 

Estudos que teve como base o ano de 2012 e, elaborados com dados retirados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, apontam as cidades mais violentas do pais. 

Entre as 500 cidades mais violentas do Brasil, o Maranhão, segundo o relatório, aparece com 8 cidades. Caxias está situada nesse contexto com 53,8 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, o que coloca a Princesa do Sertão na 230ª posição do ranking nacional e o quarto lugar em nível de Estado.

Em 2012, o Brasil registrou um recorde nos números de pessoas assassinadas, 56 mil no total.. O município de Caracaraí [RO] foi a cidade mais violenta do país.

No município roraimense de 19 mil habitantes, o índice atingiu 210 para cada 100 mil habitantes, um recorde, segundo o relatório Mapa da Violência, que vem sendo feito anualmente desde 1998.

O relatório foi divulgado no último dia 9 de julho
TJ-MA: 38 gestores foram condenados nos últimos meses 

Trinta e oito prefeitos e ex-prefeitos foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), de janeiro de 2012 a junho de 2014, por envolvimento em algum tipo de crime no exercício do cargo.
As penas aplicadas incluem cassação de mandato, bloqueio de repasses estaduais e federais; detenção em regime aberto, convertida em prestação de serviços à comunidade; afastamento; pagamento de multa de cinco vezes o valor da remuneração; e a inabilitação ao exercício de cargo ou função pública pelo prazo de cinco anos.
Entre os crimes que levaram os prefeitos e ex-prefeitos à condenação constam improbidade administrativa, atraso ou fraude na prestação de contas, lesão ao erário público, desvio de verbas, falsidade ideológica, contratação de servidores sem concurso, fraude em licitações, falta de comprovação de aplicação de recursos do Fundo Municipal de Saúde (FMS), má aplicação dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), fragmentação de despesas e dispensa irregular de licitações.
Pelo levantamento do TJ-MA, foram condenados, em 2012, os prefeitos Raimundo Galdino Leite (São João do Paraíso), Mercial Lima de Arruda (Grajaú), João Batista Freitas (São Vicente Férrer), Agamenon Lima Milhomem (Peritoró), Lenoílson Passos da Silva (Pedreiras), Antonio Marcos de Oliveira (Buriticupu), Lourêncio de Moraes (Governador Edison Lobão), Rivalmar Luís Gonçalves Moraes (Viana), Cleomaltina Moreira (Anapurus), Socorro Waquim (Timon), José Ribamar Rodrigues (Vitorino Freire), Manoel Mariano de Sousa, o Nenzin (Barra do Corda), João Alberto Martins Silva (Carolina), José Francisco dos Santos (Capinzal do Norte) e Ilzemar Oliveira Dutra (Santa Luzia).
Na lista constam ainda os ex-prefeitos Raimundo Nonato Jansen Veloso (Pio XII), José Reinaldo Calvet (Bacabeira), Francisco Rodrigues de Sousa (Timon) e Jomar Fernandes (Imperatriz), além de Glorismar Rosa Venâncio, a Bia Venâncio (Paço do Lumiar) e Francisco Xavier Silva Neto (Cajapió), que foram cassados por improbidade administrativa.
A relação de gestores e ex-gestores que sofreram condenação, em 2013 é formada por Francisco Xavier Silva Neto (Cajapió), Deusdedith Sampaio (Açailândia), Ademar Alves de Oliveira (Olho D’água das Cunhãs), José Vieira (Bacabal), Francisco Rodrigues de Sousa, o “Chico Leitoa” (Timon), Cláudio Vale de Arruda (Formosa de Serra Negra), Ilzemar Oliveira Dutra (Santa Luzia), Maria José Gama Alhadef (Penalva), Raimundo Nonato Jansen Veloso (Pio XII) e Francisco das Chagas Bezerra Rodrigues (Riachão).
Os condenados em 2014 são Antonio Reinaldo Sousa (Passagem Franca), Raimundo Nonato Borba Sales (Cantanhede), Jomar Fernandes (Imperatriz), Manoel Albino Lopes (Altamira do Maranhão) e Nerias Teixeira de Sousa (São Pedro da Água Branca).
Insegurança nas agências dos Correios preocupa funcionários e usuários 

O clima de insegurança em agências dos Correios no Maranhão inquieta funcionários da estatal e usuários dos serviços. Na semana passada, uma agência na cidade de Imperatriz foi assaltada:os bandidos fizeram reféns e roubaram dinheiro, além de equipamentos e celulares. Foi o segundo crime registrado na mesma agência em dois meses.
Em Governador Edison Lobão, município localizado a 30 km de Imperatriz, o atendimento ao público foi suspenso desde o último assalto, há quase 20 dias. Dinheiro, cofre e computadores foram levados pelos bandidos. Nos últimos dois anos, foram seis assaltos.
Além desses, foram registrados outros oito assaltos nos últimos meses. De acordo com a diretora-adjunta dos Correios no Maranhão, Janaína de Freitas, a situação preocupa a empresa. "Porque nós lidamos com vidas, vidas dos nossos colaboradores, vidas dos nossos clientes, mas nós temos várias ações. Ano passado, somente em segurança, investimos R$ 6,9 milhões. Até 2015, nós temos mais R$ 3 milhões que já estão orçados para itens de segurança. Nós temos buscado parcerias com o Comando da Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal a fim de minimizar isso, de tirar esses bandidos de circulação, verdadeiramente, para dar essa tranquilidade a todos", disse em entrevista a um Portal. 
O que atrai os bandidos é a quantia movimentada por alguns serviços oferecidos pelos Correios. A diretora-adjunta esclarece, no entanto, que algumas medidas já foram tomadas para reduzir, ao máximo, o volume de dinheiro nas agências. "Os Correios lidam, hoje, com dinheiro; lidam com as encomendas; lidam com o serviço postal; com serviços bancários, de abertura de conta, depósitos e saques; mas nós temos parcerias para estarmos com menos valores dentro da agência. Temos parceria com o Banco do Brasil, que passa, regularmente, para fazer a sangria do dinheiro nos cofres; cofres com retardo; temos o mínimo de dinheiro na agência, mas, ainda, é atrativo para os bandidos", explica.
Portas giratórias
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Maranhão realiza vistorias em agências no Estado e cobra a instalação imediata de portas giratórias. "Nós já tivemos agências com porta giratória que foram assaltadas. Também temos agências bancárias com porta giratória e vigilância armada assaltada. Então, é uma ação conjunta. Pode inibir, sim, mas resolver, verdadeiramente, somente a polícia pode resolver, prendendo, tirando essas pessoas, e nós damos todo o apoio a eles, com imagens, com informações", contesta Janaína de Freitas.

Veja o perfil dos candidatos a uma vaga para deputado estadual 

Ainda não será nestas eleições que as mulheres interessadas em ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa (ALE-MA) terão uma disputa mais acirrada, no que se refere ao número de candidatos por sexo. Isso porque, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA), dos 494 registros de candidatura, 356 são homens. 
Quando é levado em consideração o eleitorado maranhense temos um número um pouco mais favorável às mulheres: elas são quase 51% contra 49% dos homens. Em números absolutos são 2.204.972 de votos de mulheres e 2.116.411 de votos masculinos. Os dados são do TRE-MA e baseiam-se na última eleição para deputados estaduais, realizada em 2010.
Em compensação, enquanto a maioria dos candidatos a deputados estaduais são homens, o nível de escolaridade das mulheres é maior. Quase a metade das pessoas do sexo feminino que registraram candidatura tem ensino superior completo: 63 (45,6% do total) e 13 (9,4%) afirmaram ter o ensino superior incompleto.
Comparando o grau de instrução entre homens e mulheres, temos uma relação amplamente mais favorável ao sexo feminino: 45,6% das mulheres que querem ser deputadas tem ensino superior enquanto que, a mesma graduação no total de homens que buscam vaga no parlamento estadual é de  41%
Ocupação
Ainda de acordo com o TRE-MA a maioria dos candidatos a deputado estadual é formada por empresários: 46 no total. Na sequência estão os professores: 38; servidor público: 37 completando os top 3.
1º EMPRESÁRIO - 46
2º PROFESSOR - 38
3º SERVIDOR - 37
4º ADVOGADO - 23
5º DEPUTADO - 23
6º ADMINISTRADOR - 17
7º POLICIAL MILITAR - 14
8º COMERCIANTE - 14
9º ESTUDANTE - 13
10º VEREADOR - 13
Cidade Natal
Com relação às cidades onde os candidatos nasceram, São Luís é a que mais tem representantes: 161. Imperatriz é a segunda, com 27, seguida por Bacabal: 16 e a capital do Piauí em quarto lugar com maior número de pretensos a uma vaga no parlamento estadual: 16.
A seguir, a relação das 20 cidades com maior número de representantes:
1º São Luís - 161
2º Imperatriz - 27
3º Bacabal - 16
4º Teresina (PI) - 16
5º Caxias - 15
6º Vitória do Mearim - 13
7º Codó - 12
8º Pedreiras - 11
9º Viana - 11
10º Coroatá - 8
11º Chapadinha - 6
12º Araioses - 5
13º Barra do Corda - 5
14º Santa Inês - 5
15º Santa Luzia - 5
16º Balsas - 4
17º Buriti - 4
18º Cururupu - 4
19º Pirapemas - 4
20º São Bento - 4
Rápidas 
Coqueiro; Wilton Lobo; Luiz Pedro; Augusto Neto e Cesar
Saba.
O ex-deputado estadual, Luiz Pedro, passou o final de semana em Caxias visitando amigos e correligionários políticos. Na manhã de domingo [13] durante uma conversa informal, o ex-parlamentar recebeu de Wilton Lobo o convite para participar do III Encontro da Velha Guarda caxiense que acontecerá nos dias 30, 31 de julho e 01 e 02 de agosto, Luiz Pedro confirmou presença no evento. A festa de confraternização reúne centenas de caxienses que vivem espalhados nas mais diversas regiões do Brasil e na oportunidade eles irão aproveitar para  matar a saudade dos amigos e da Princesa do Sertão. 



Candidato 
Na passagem por Caxias, Luiz Pedro confirmou que é candidato a deputado estadual pelo PCdoB, conta com o apoio e articulação politica no município dos amigos: Augusto Neto [ex-vereador] e de Neuvaldo Coqueiro. Vale lembrar que o ex-deputado estadual Luiz Pedro ocupou a Chefia de Gabinete do ex-governador Jackson Lago e tem também uma historia de luta na oposição maranhense contra a oligarquia Sarney, que há 50 anos domina a politica no Estado. 

Passou 
Passada a Copa do Mundo, agora as atenções estão voltadas para as eleições. Aproxima-se o momento da população brasileira realizar a maior e verdadeira manifestação legal, nas urnas no dia 05 de outubro na hora de votar. Que os manifestantes saibam escolher com sabedoria e inteligência seus representantes, tanto no Executivo, quanto no Legislativo, no nível estadual e nacional. Vote certo...   

Movimentação 
É pequena a movimentação no prédio da Câmara Municipal com o recesso dos vereadores. Pelos corredores da Casa apenas pessoas circulando em um entre e sai que não tem fim durante todo o dia, procurando falar com o vereador A, B ou C, mas muitas vezes os edis não são encontrados. 

Nas bases
Os edis estão aproveitando o recesso para visitar as bases eleitorais. É grande a movimentação dos vereadores nos finais de semana pelos distritos do município, vão em busca de apoio e de consolidação, já que 2016 não está tão longe, como alguns parlamentares descansados imaginam. 

Motivo de chacota
Enquanto alguns torcedores esperavam pelo menos que no sábado o Brasil se despedisse da Copa com dignidade e honrando a amarelinha, para outros apaixonados por futebol, a seleção virou motivo de chacota. O comerciante Sergio Saba [leia-se Med Farma] ficou indignado com o resultado do jogo contra a Holanda, cravou no bolão 5 X 0 para os europeus, e eles aplicaram somente 3 gols no time do senhor Luis Felipe Scolari, que nada tem de Felipão. Não entendo ainda esse aumentativo no nome do treinador brasileiro...  

Melancólica 
E terminou de forma melancólica a participação da seleção brasileira na Copa das Copas. Jogando um futebol feio e medíocre, nosso escrete, se é que podemos chamar de escrete, esbarrou na primeira barreira de ponta que cruzou, à Alemanha, o castigo foi impiedoso. Agora é levantar a cabeça, e que o futuro treinador possa  formar uma grande seleção para conquistarmos o inédito ouro olímpico nas Olimpíadas 2016, também em casa, no Rio de Janeiro.    

Flavio Dino demonstra força e capacidade de mobilização 

DSC_0166A ampla vantagem que tem nas intenções de voto, segundo todas as pesquisas registradas, parece não estar sendo levada em conta pelo candidato Flávio Dino, tamanha a disposição demonstrada na primeira semana de campanha. Favorito, mas com os pés no chão e iniciando a campanha como se estivesse atrás.
Dino sabe que enfrenta um adversário perigoso e capaz de tudo. O grupo que dá as cartas no Maranhão desde 1965, com pequenos intervalos, não vai deixar escapar o poder de graça. Lutará com todas as forças para reverter o imenso desgaste que tem entre a população do Maranhão.
Nas atividades que realizou em São Luís, na quinta, e ontem, em Imperatriz, a campanha de Flávio Dino demonstrou força, capacidade de mobilização e deu o tom do que será até o dia 05 de outubro: corpo a corpo com o eleitor.
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Foto: Blog da Kelly
Do outro lado, a primeira semana revelou alguns desacertos na campanha de Lobão Filho. As agendas marcadas para iniciar a campanha foram desmarcadas; o candidato foi representado na justiça eleitoral num caso que pode ter consequências para a pretensão do grupo Sarney em permanecer no Palácio dos Leões.
Uma semana é pouco, mas dá sinais: Flávio Dino começou a campanha com o mesmo dinamismo que fez toda pré-campanha; e Edinho Lobão Filho procurando o caminho para reverter o favoritismo do adversário.
Que venham as outras 11 semanas até a eleição. (Informe JP)
Alemanha bate Argentina e é tetra campeã... 

Foi realmente a Copa das Copas. Para a Alemanha. No Brasil, a seleção comandada por Joachim Low se sentiu à vontade para construir o seu próprio centro de treinamento, dançar com índios, vestir a camisa de clubes locais, torcer pelos anfitriões e até goleá-los por 7 a 1. Para completar, superou a Argentina por 1 a 0 na prorrogação da final deste domingo, no Maracanã, e garantiu o seu tetracampeonato mundial. O gol histórico foi marcado por Gotze.
Para os argentinos, que passaram toda a Copa do Mundo cantando que eram “papás” do Brasil por causa da vitória nas oitavas de final de 1990 (em referência a uma questionável freguesia do rival), o Mundial de agora teve o mesmo desfecho daquele de mais de duas décadas atrás. O time sul-americano voltou a perder uma decisão para o europeu, que havia derrotado em 1986. E já começou a se acostumar com o algoz, pois caiu diante do mesmo adversário nas quartas de final de 2006, nos pênaltis, e de 2010, com uma goleada por 4 a 0.
Desta vez, a Alemanha encontrou tantas dificuldades quanto em 2006. Encontrou uma Argentina bem postada na defesa e disposta contra-atacar com o talento de Lionel Messi, eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo. O grande destaque da partida, entretanto, foi Gotze, que aproveitou um cruzamento de Schurrle aos sete minutos no segundo tempo da prorrogação, matou no peito e bateu cruzado para ser o carrasco argentino no Rio de Janeiro.
Campeã em 1954, 1974, 1990 e agora 2014, a Alemanha chegou à quarta conquista 24 anos após a terceira, exatamente como haviam feito a também tetracampeã Itália e o pentacampeãoBrasil. Dessa maneira, tornou-se ainda a única equipe europeia a levantar um troféu nas Américas, além de ter impedido que os argentinos comemorassem o seu próprio Maracanazo no estádio onde o Uruguai derrotou a Seleção Brasileira em 1950.
O jogo – Enquanto pintava o seu rosto com as cores azul e branca em um dos banheiros doMaracanã, um argentino comentava com outro que, mais uma vez, o público brasileiro estava contra a sua seleção. “Deixem estar. Foi assim em todos os jogos que ganhamos”, gargalhou o segundo, enquanto os torcedores locais enalteciam os mil gols de Pelé e chamavam Maradona de “cheirador”.
Não demorou muito para os argentinos abafarem a cantoria dos brasileiros nas arquibancadas. Com muita intensidade, eles bradaram o provocativo hit sobre a Copa do Mundo de 1990, ironizaram quando Neymar apareceu nos telões do estádio e ovacionaram na hora em que a imagem foi substituída pela de Lionel Messi. Continuaram empolgados ao assistir ao zagueiro espanhol Carles Puyol levar o troféu do Mundial a campo ao lado do modelo brasileira Gisele Bundchen e no instante em que as autoridades de outros países eram recepcionadas pela presidente Dilma Rousseff.
O que todos queriam realmente ver, no entanto, eram os jogadores finalistas. Passada a cerimônia de encerramento da Copa do Mundo, as seleções de Alemanha e Argentina foram juntas a campo e trocaram os últimos abraços antes de passarem a lutar pelo troféu mais cobiçado do futebol. Com tanto empenho quanto o de quem gritava do lado de fora do gramado. Foram muitas as divididas ríspidas nos primeiros minutos de decisão.
Credenciada pela sua boa campanha na Copa do Mundo, a Alemanha tomou a iniciativa de atacar. Mas se mostrou um pouco desorientada com seguidos erros de passes dos zagueiros Hummels e Boateng. No meio-campo, não estava Khedira, que chegou a ser anunciado como titular e contundiu a panturrilha direita no aquecimento. Acabou substituído pelo jovem Kramer.
Já a Argentina se armou para tirar proveito de qualquer vacilo alemão. Escolado pela goleada de 7 a 1 que o Brasil sofreu contra o mesmo oponente, o técnico Alejandro Sabella manteve a força defensiva de sua equipe e a preparou para os contra-ataques. Foi em uma investida rápida que Higuaín descobriu o melhor caminho para o gol – o lado direito –, invadiu a área e finalizou cruzado. A bola não saiu nem pela linha de fundo, porém levantou de vez o público azul e branco.
Kramer, ao contrário, foi ao chão. O substituto de Khedira chocou o seu rosto com o ombro de Garay e ficou tão grogue quanto os jogadores brasileiros que beberam as águas batizadas oferecidas pelos argentinos no histórico confronto de 1990. A ponto de apenas assistir a uma cobrança de falta da Argentina e ser empurrado por um companheiro para acordar. Não adiantou. Pouco mais tarde, teve de sair de campo amparado para a entrada de Schurrle.
O time argentino foi ao ataque diante da momentânea tontura alemã. Aos 20 minutos, Kroos errou um cabeceio para trás e deixou Higuaín à frente do goleiro Neuer. O centroavante desperdiçou a melhor chance de gol até então ao concluir para fora. Aos 29, em uma nova oportunidade, ele recebeu cruzamento rasteiro da direita (sempre por lá) de Lavezzi e comemorou furiosamente ao completar para a rede. Em posição de impedimento.
Percebendo que a Argentina crescia em campo, a torcida brasileira aumentou o tom nas arquibancadas. “Pentacampeão!”, gritava, para apoiar o time que aplicou o maior vexame da história da Seleção. O incentivo foi premiado com uma grande jogada pela esquerda de Muller, aos 36 minutos. Em sua primeira participação na partida, Schurrle correu para arrematar e obrigou Romero a fazer grande.
A partir dali até o final do primeiro tempo, a decisão ficou aberta. Messi chegou a passar por Neuer – pela direita – em uma arrancada, mas esbarrou na zaga alemã. Do outro lado, já nos acréscimos, Howedes respondeu cabeceando a bola na trave depois de cobrança de escanteio. Muller, impedido, tentou ficar com o rebote na pequena área e deixou a impressão de que o jogo se tornaria ainda mais emocionante após o intervalo. Os times desceram para os vestiários sob aplausos.
Na volta, Sabella confiou em Aguero, recém-recuperado de lesão muscular, na posição de Lavezzi. E quase celebrou um gol logo no primeiro minuto. Messi recebeu a bola de Biglia, invadiu a área com liberdade e ficou em ótima posição para abrir o placar. O chute de chapa, cruzado, passou muito perto da trave. Joachim Low, até então calmo no banco de reservas, assustou-se e foi para a beira do campo.
Com o passar do tempo, no entanto, as jogadas técnicas rarearam. A tensão das duas seleções em uma final de Copa do Mundo foi extravasada com uma sequência de lances violentos. Neuer fez novas vítimas com as suas já tradicionais saídas estabanadas do gol, e Mascherano comandou as faltas mais duras do lado da Argentina. Messi, por sua vez, sumiu um pouco com a mudança de panorama da final – talvez por cansaço. A torcida do time sul-americano notou e gritou o nome do seu principal jogador, fazendo gesto de reverência com os braços.
Sabella revolveu dar nova companhia ofensiva a Messi, substituindo o esforçado e aplaudido Higuaín por Palacio. Ainda assim, a Alemanha voltou a ser mais presente no ataque. Só teve o seu volume de jogo interrompido por um torcedor que invadiu o gramado, aos 36 minutos, e pela última alteração da Argentina. Pérez cedeu a sua vaga para Gago. Low também mexeu em sua equipe, trocando o veterano goleador Klose por Gotze.
As mudanças não se refletiram no marcador do tempo regulamentar. Exaustos, os argentinos que bateram a Holanda nos pênaltis nas semifinais teriam que disputar mais uma prorrogação. A Alemanha, embora já não gozasse do mesmo fôlego de antes, havia ganhado com folga do Brasil na fase anterior e teoricamente teria mais forças para o tempo extra.
Foi o que se viu no primeiro ataque da etapa inicial da prorrogação. Schurrle fez ótima tabela pela esquerda e bateu de primeira de dentro da área. Romero deu um rebote perigoso, espanado pela defesa da Argentina – novamente conformada em jogar à base de contragolpes. Pela Alemanha, a pressa era tamanha que até Neuer cobrava lateral.
À exceção de uma chance para Palacio (que encobriu o alemão com muita força), contudo, a primeira parte da prorrogação não teve novas grandes possibilidades de gol. No segundo, chamou a atenção um corte no rosto de Schweinsteiger, que sangrou abundantemente após uma disputa de bola com Aguero. Pouco depois, ele e todos os alemães ganharam um motivo para chorar. De alegria.
Aos sete minutos, Schurrle avançou pela esquerda e fez o cruzamento. Gotze aproveitou o mau posicionamento da defesa argentina, dominou a bola no peito e desferiu um chute cruzado para repetir o placar da final da Copa do Mundo da África do Sul no Brasil. Era o que faltava para os brasileiros novamente gritarem para celebrar Pelé, ainda com mais títulos mundiais do que a Argentina. E para os alemães cantarem o merecido tetracampeonato em sua Copa das Copas.