Por: Cesar Sabá
Cesar Sabá é radialista e jornalista de opinião sobre politica |
Quando
o atual prefeito de Caxias chegou ao poder, pensava-se que ele não apenas tinha derrotado
o grupo dominante, imaginava-se que dar-se-ia início a uma nova forma de fazer
políticas públicas em Caxias. Pelo menos isso era o que o povo esperava que
viesse a acontecer, visto que as propostas eram alvissareiras em todos os
setores, principalmente na educação. As promessas enchiam de esperança pais,
alunos e professores. Dentre as mais empolgantes, destacavam-se a compra no
comércio local de tudo da educação, o respeito aos profissionais efetivos e
contratados, e o inovador programa “Professor de bem com a vida”, que
funcionaria como plano de saúde para todos os mestres do município. Não custa
nada lembrar do que foi dito na campanha pelo então candidato Fábio Gentil: “o
professor é quem é responsável pelo nosso futuro. Temos que valorizá-lo. É o
mínimo que podemos fazer.”. Com estas propostas e promessas, não tinha como
não ser vitoriosa a campanha eleitoral do então candidato a prefeito Fábio Gentil em 2016.
Hoje,
dois anos e três meses após a vitória, que nem ele mesmo acreditava que iria acontecer, nos deparamos
com uma situação totalmente diferente da prometida. A educação de Caxias vive
um dos piores momentos da sua história, pois atualmente, por mais incrível que
pareça, algumas coisas permanecem iguais e outras infelizmente ele conseguiu
piorar. Dentre as questões em que não houve nenhuma mudança perceptível estão:
o início do ano letivo, a remuneração dos professores e a merenda escolar. Quanto
ao início das aulas, não houve nenhuma mudança, continua como era antes, sem
qualquer justificativa razoável, iniciando atrasado e com o quadro de
professores e funcionários incompleto, o que compromete o cumprimento da carga
horária mínima das disciplinas e consequentemente o aprendizado dos alunos.
Tendo como referência o início do ano letivo da rede estadual, o governo
passado começava sempre atrasado, e o atual deu continuidade a esse atraso,
e até o momento não há nenhuma
sinalização de mudança dessa situação. Com relação à valorização dos
professores, o atual prefeito fez tudo, menos valorizá-los. A tabela salarial
do magistério, defasada em governos anteriores, continua com a mesma defasagem.
É bom frisar que era o próprio prefeito, enquanto vereador de oposição, que
gritava na tribuna da Câmara Municipal, que Caxias era o município que pagava o
pior salário da região e que tal situação tinha que mudar. Nada mudou! No que
diz respeito à merenda escolar, a promessa era de, além de melhorar a
qualidade, comprar tudo no comércio local. A qualidade em nada melhorou e
quanto a ser fornecedor, qualquer um pode ser, desde que seja ligado a algum
vereador governista e esteja disposto a passar até quatro meses para receber.
Pra não dizer que a
educação pública caxiense em nada difere da gestão passada, houve uma inovação,
sem dúvida, pioneira no Brasil. Pena que o pioneirismo da gestão gentilista,
que faz qualquer coisa, mesmo sendo ao arrepio da lei e da lógica, para
“economizar” dinheiro, foi no sentido de desvalorizar e desrespeitar o
professor como mestre e trabalhador. Sem dúvida é a primeira vez que se ouviu
falar em professores contratados por apenas quatro meses, mesmo os contratos
sendo feitos no início do ano letivo. Um fato que chama a atenção é que mesmo a
pasta da educação contando com mais de 16 milhões de reais de saldo (saldo de
R$ 16.667.609,91), só no mês de fevereiro de 2019, no município praticamente
não há a mínima assistência as escolas e creches da rede municipal. Em uma
rápida visita é possível encontrar condicionadores de ar sem funcionamento há
anos, portas e janelas quebradas, lâmpadas queimadas e banheiros entupidos.
Também é fácil perceber que nenhuma reforma de escola está em curso, e uma
única está sendo construída, a da Vila Paraíso. A tudo isso soma-se o fato da drástica
redução do número de professores contratados. Eram 1200 no governo passado e
hoje não passa de 600, segundo um vereador governista. E o “Professor de bem
com a vida”, que seria um plano de saúde, prometido pelo então candidato, hoje
soa com um tom debochativo nos ouvidos dos mestres que estão diariamente na
porta da prefeitura protestando pelo pagamento do abono e valorização da
categoria. Vale ressaltar que o atual prefeito debochava do abono salarial de R$ 1 mil reais que era pago pelo seu antecessor, não perdia a oportunidade de vociferar nas reuniões do parlamento municipal que o valor, além de vergonhoso, era uma mixaria.Tudo isso, demonstra com nitidez e riqueza de detalhes o quanto a
educação não é levada a sério na atual gestão e o quanto precisamos evoluir e
saber escolher os nossos governantes para vislumbrar uma educação condizente
com o nosso município, num futuro bem próximo.