Silêncio que fala alto: Weverton Rocha omite-se diante do assassinato de PM por aliado politico
Blog do Diego Emir
O assassinato do policial militar Dos Santos, ocorrido no último domingo (7), chocou o Maranhão e revoltou boa parte da sociedade, em especial os profissionais da segurança pública. O crime, atribuído ao prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier, que é sobrinho do ex-presidente da Famem e pré-candidato a deputado federal, Erlanio Xavier, escancarou a perigosa interseção entre poder político e impunidade. Mas o que mais chama atenção, além da brutalidade do caso, é o silêncio ensurdecedor do senador Weverton Rocha (PDT).
Conhecido por declarações públicas em defesa da Polícia Militar e por frases de efeito como: “militares são cidadãos que estão por trás dessa farda, famílias que precisam ter direitos, garantias e, acima de tudo, respeito”, Weverton, até agora, não disse uma única palavra sobre o episódio. Nenhuma nota de solidariedade à família do PM assassinado. Nenhuma cobrança por justiça. Nenhuma manifestação de repúdio. Nada.
O silêncio, nesse caso, não é apenas omissão — é cumplicidade. Cumplicidade com um sistema político que, na hora do aperto, protege os seus, mesmo diante da barbárie. Fica evidente que a fidelidade partidária e as alianças eleitorais pesam mais do que a vida de um trabalhador da segurança pública, de um pai de família que morreu cumprindo seu dever.
O senador, que já se apresentou como defensor das categorias mais vulneráveis e dos servidores públicos, escolheu o lado do silêncio quando o autor do crime é ligado diretamente ao seu grupo político. Uma postura que enfraquece sua imagem e expõe a contradição entre o discurso e a prática.
Em tempos nos quais o clamor por justiça se impõe com urgência, é inaceitável que um parlamentar da República, eleito para representar o povo, se omita diante de um assassinato brutal, apenas porque envolve seus aliados. O respeito que Weverton diz defender aos militares precisa ser demonstrado não apenas em discursos de palanque, mas principalmente nos momentos difíceis — como este.
Se a morte do policial Dos Santos não for suficiente para romper o silêncio do senador, fica claro para todos que, infelizmente, para alguns, a política ainda fala mais alto que a justiça.