quarta-feira, 16 de abril de 2014

A oposição adora perder

Editoral do JP (11/04/2014)
Cansa. A estupidez de certos setores da oposição maranhense cansa. Com o grupo Sarney juntando os despojos de sucessivas, mas neste momento aparentemente contornáveis crises, e com o ambiente eleitoral oposicionista francamente favorável, eis que de todo lado surgem mosqueteiros envergando os florins dos interesses pessoais para furar a aliança que se tenta formar contra quase 50 anos de mando no estado. O PDT convocou dois encrencados com a Justiça, Carlos Lupi e Weverton Rocha, para jogar farofa no ventilador.
“A vice é do PDT e disso não abrimos mão”, impôs o honorável Carlos Lupi logo após a solenidade de entrega do título de Cidadão Maranhense ao empresário pedetista Márcio Honaiser, cotado, entre outros, para compor a chapa de Flávio Dino como candidato a vice-governador. E se Honaiser não for o candidato, o PDT estaria disposto a também chafurdar na fortuna alardeada por Edinho Lobão ou se lançar na aventura de uma candidatura própria que só beneficiaria o grupo Sarney?
“Só aceitamos discutir a vice se o PSB aceitar discutir o Senado”, trovejou o deputado federal do PDT, honorável Weverton Rocha. É o mesmo que até ontem dizia que a questão da vice ainda ia ser colocada dentro do colegiado dos partidos. São manifestações que praticamente colocam a aliança das oposições na estaca zero. É até o caso de se perguntar como será o comportamento dessa gente no poder, se só admitem unidade a partir do atendimento de interesses pessoais e partidários.
Qualquer vislumbre de sacrifício em nome da liberdade do povo do Maranhão, nem pensar.
A movimentação do PPS e do PSDB para uma ainda provável aliança é também desastrosa. Os dois partidos igualmente colocam a coligação contra a parede e fazem as mesmas exigências do PSB e do PDT.
“Caso não sejam criadas as condições objetivas que viabilizem essa aliança, PPS e PSDB lançarão projeto próprio”.
Enquanto isso, do outro lado da ponte, os subscritores da crise no grupo Sarney se acomodam e se conformam em nome do objetivo maior do grupo de vencer a eleição. Gastão Vieira e Pedro Fernandes praticamente desistiram da candidatura ao Senado, o presidente da Assembléia, Arnaldo Melo, aceita Edinho Lobão e já foi ungido por este como candidato a senador. E o próprio Luis Fernando Silva até admite a possibilidade de voltar à Secretaria de Infraestrutura.
Eles se unem e a oposição se desune porque adora perder eleições.