sábado, 30 de agosto de 2014

Garota investigada por injuria racial ao goleiro do Santos é intimada a depor no Rio Grande do Sul 

O ato de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha, na partida entre Grêmio e Santos, na última quinta-feira, terá um importante capítulo na segunda-feira. É quando a polícia do Rio Grande do Sul aguarda Patrícia Moreira, além de outra pessoa identificada por imagens de televisão no incidente, para depoimento na 4ª DP. 
A menina foi flagrada pelo canal ESPN gritando "macaco" em direção ao goleiro, aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio. A atitude gerou grande revolta nas redes sociais.
Diretor das delegacias regionais de Porto Alegre, o delegado Cleber Ferreira diz que ainda aguarda imagens da Arena para que a investigação dê passo adiante. 
- É para os dois comparecerem na segunda. O que está demorando um pouco é a chegada das imagens no estádio. Precisamos estar em posse do material para ouvir as pessoas – explica Cleber Ferreira. 
Na quinta-feira, a polícia procurou a menina na próxima residência, localizada na zona norte de Porto Alegre. Procurada pelo GloboEsporte.com, Patrícia Moreira não foi encontrada. No entanto, familiares alegam que a residência da garota foi apedrejada por vizinhos na sexta-feira.
De acordo com a polícia, apenas dois foram identificados por ato de injúria racial. Na sexta-feira, o Grêmio alegava que cinco torcedores haviam sido apontados. 
Patrícia Moreira foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Ela era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.

Torcida pode ser punida

O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul também estima que irá definir em até sete dias se aplicará punições à torcida organizada Geral do Grêmio, de onde partiram os gritos racistas. Em depoimento, o goleiro relatou que as agressões tiveram origem na torcida. 
O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre nesta sexta-feira. E voltou a comentar o episódio
- Precisamos combater o racismo enquanto ele ainda está em um nível combatível. E quando falo de racismo é em todas as áreas, todos os gêneros, de raça, de cor, de religião. Temos de ser mais próximos, mais solidários um com um outro, e sempre que percebermos uma atitude ou o início de uma atitude dessas temos de combater desde o começo - disse o jogador.