domingo, 12 de outubro de 2014

Descumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos  

Os quatro municípios que formam a Região Metropolitana de São Luís - Raposa, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e a capital maranhense - ainda estão em desacordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que entrou em vigor em 2010 e teve prazo de adequação finalizada em agosto deste ano. 

Protegido por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a capital São Luís ainda debate um plano municipal de resíduos sólidos, cujo prazo final para a elaboração do documento termina em fevereiro de 2015, segundo o documento assinado com o Ministério Público do Maranhão (MP-MA).

A PNRS ou Lei 12.305/10 regula a forma como os municípios eliminam o lixo. Pela medida, os municípios brasileiros tiveram até 4 de agosto para instalar e operar sistemas de disposição final adequados de resíduos, com o objetivo de dar fim aos depósitos ilegais conhecidos "lixões". Também são exigidas a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos, estimulando a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo.

Segundo MP-MA, nenhum município do estado maranhense estaria em condições de implantar a PNRS e acabar com os lixões imediatamente. O órgão diz que está atuando na fiscalização e denunciando irregularidades por meio de ações civis públicas contra as prefeituras, que exigem a elaboração dos planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos no prazo de 30 dias, sob multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento, além do total cumprimento da lei em até 180 dias, sob pena de multa no mesmo valor. Os gestores poderão responder por atos de improbidade administrativa e serem responsabilizados criminalmente pelo não cumprimento da lei.

Aterros
O Aterro da Ribeira, em São Luís, teve licença caçada em 1996 por falta de adequação a normas e, em 2001, um laudo técnico condenou a utilização da área para a destinação de lixo, visto que existe o risco à saúde da população próxima, contaminação de rios e riachos por chorume e a presença constante de urubus, ocasionando riscos a aviões, já que o aterro fica bem perto do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado.

Em Paço do Lumiar, os moradores de Iguaíba e Pindoba teriam fechado o acesso ao lixão do município e estariam reivindicando que o depósito seja retirado imediatamente. Os moradores, que são, a maioria, produtores de hortaliças, dizem que a área prejudica as plantações no local e que não há processo de separação do lixo, que chega misturado a resíduos hospitalares infectantes, por exemplo. O local é instalado à beira de uma região de mangue e perto de um dos afluentes do Rio Paciência.

Em São José de Ribamar, o Lixão Canavieira, a 6 km da sede da prefeitura, fica próximo também a uma comunidade carente e tem a presença massiva de catadores, incluindo crianças, o que teria forçado o Ministério Público do Trabalho (MPT) a realizar audiências com os representantes do município para tratar das irregularidades.