quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Deu no jornal O Globo - Candidatos do Maranhão tentam se dissociar de Sarney
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O primeiro debate com os candidatos ao governo do Maranhão promovido pela TV Guará, retransmissora da Record News, foi marcado por uma série de ataques ao grupo de Sarney, responsabilizado pelos índices de pobreza do estado, que recaíram sobre o candidato do PMDB, Lobão Filho, e até mesmo em Flávio Dino, candidato do PCdoB, um dos principais oposicionistas do ex-presidente no estado.
Os candidatos do PSTU, Saulo Arcangeli, Antônio Pedrosa, do PSOL, Josivaldo Corrêa, do PCB, e Zé Luís Lago, do PPL, procuraram se apresentar como uma alternativa aos dois candidatos, acusando Dino de repetir o modelo sarneysista de governar, e de ter, dentre seus aliados, políticos que sempre estiveram ao lado de Sarney.
Flávio rebateu as críticas ao lembrar a sua militância nas causas sociais e dizendo que sua candidatura é plural, mas que é ele quem vai governar, aproveitando a convidar a todos a participar de sua campanha.
- Vamos virar essa página da história – disse em referência ao domínio de 50 anos do grupo Sarney no estado.
Mas foi para Lobão Filho a maioria dos ataques, inclusive do próprio Flávio Dino, que não perdeu a oportunidade de questioná-lo sobre o baixo IDH do estado. O filho do ministro Lobão se saiu dizendo que “não era enciclopédico” e não entendia de números.
- O que eu sei é da minha disposição em trabalhar pelo Maranhão – disse, e rebateu:
- Sou um empresário e não um comunista.
Em raros momentos ele defendeu a família Sarney, procurando sempre se desvencilhar do governo Roseana Sarney e afirmando que representa a renovação no quadro político no estado.
- Eu não tenho participação efetiva no governo que me apoia. Eu participei do governo do meu pai, que também governou o Maranhão. Mas não me envergonho do grupo – disse.
A única defesa concreta que fez do grupo Sarney foi quando o candidato do PSTU, Saulo Arcangeli, acusou Lobão, Sarney, Lula, Dilma Rousseff e Roseana de cometerem estelionato eleitoral em 2010, quando lançaram a pedra fundamental da refinaria da Petrobrás no Maranhão, que até hoje não saiu do papel, mas serviu de mote eleitoral para reeleger Roseana Sarney.
- A refinaria de Pernambuco sempre foi defendida pelos pernambucanos. Aqui torcem contra a refinaria. Aqui já foi gasto R$ 2 bilhões com a refinaria, e ninguém faria brincadeira eleitoral com esse recurso – disse.
A acusação de estelionato eleitoral lhe garantiu direito de resposta no último bloco, antes das considerações finais de cada candidato, que, por coincidência, o sorteado para encerrar o programa foi Saulo Arcangelo, que voltou a acusar a promessa da refinaria de estelionato, o que irritou o peemedebista que queria um outro direito de resposta para a mesma agressão, o que foi negado pela emissora.
Diante dos protestos exaltados de Lobão Filho após o termino do debate exigindo outro direito de resposta, o advogado da TV Guará, José Antônio Almeida foi curto e grosso:
- Você não está aqui para fazer as regras, mas para obedecer regras estabelecidas – avisou.
As propostas apresentadas pelos candidatos variaram entre escolas integrais e investimentos na cadeia produtiva, sempre acompanhadas de críticas ao modelo econômico implantado no estado pela família Sarney.
- Precisamos investir no pequeno produtor, nas empresas maranhenses, e acabar com esse modelo econômico dos grande projetos que só beneficiam os mais ricos – argumentou Flávio Dino.
Lobão Filho apresentou como proposta a criação do Projeto de Aceleração do Maranhão, o PAM, inspirado no Projeto de Aceleração do Crescimento, o PAC, do governo Dilma Rousseff.
A diferença ficou por conta do candidato do PCB, que defendeu os modelos econômicos do Vietnã e da Venezuela.