Pais de criança com anencefalia fazem campanha contra aborto
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Haroldo Lucena e Mariselma da Silva são do estado potiguar e estão de passagem por Caxias. O casal viaja todo o Brasil fazendo 
campanha contra o aborto. Eles tiveram filhos gêmeos, um menino e uma 
menina de 4 anos. A menina Ruhama (na foto com Haroldo) nasceu com má-formação, enquanto Amin 
Mateus não tem problema algum. Na estadia na cidade, hospedados próximo ao Terminal Rodoviário,   os pais falaram sobre a decisão de dar 
continuidade a gravidez em casos de má formação cerebral. O debate sobre
 a interrupção da gravidez voltou à tona com a epidemia do Zika vírus, 
que está sendo relacionada ao aumento de casos de microcefalia.
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| O casal viaja pelo Brasil neste Opala carregando um trailer | 
De acordo a legislação brasileira, o aborto de fetos diagnosticados com 
anencefalia, quando não há desenvolvimento cerebral, é permitido. O 
casal estava esperando gêmeos quando soube do diagnostico da filha e 
optaram por não interromper a gravidez, mesmo com a recomendação médica,
 já que a mãe também corria risco de morte. "Deus é o senhor da vida, 
ele é quem é o mantenedor da nossa vida humana, a vida depende dele, 
então como tirar a vida daquele que não pode se defender?", 
questionou Haroldo Lucena, pai da criança, ao explicar o motivo da 
decisão.
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Aos 4 anos de idade, a filha do casal 
não fala e não anda, mas a mãe afirma que a interação com ela é a prova 
de que a decisão de manter sua vida foi correta. "Ela é uma criança 
normal, alegre, já acorda sorrindo pra gente, consegue passar o que ela 
está sentindo de alegria, de tristeza. Ela só não fala, mas ela interage
 muito bem, ela se expressa, sorri bastante. Quem tem uma criança 
especial em casa tem uma semente de Jesus. A gente tem uma expectativa 
que ela viva uma vida toda e que a gente morra e o irmão continue 
cuidando dela", explicou.
Microcefalia
Devido ao aumento nos casos de microcefalia, Organização das Nações Unidas (ONU) defende que os chamados direitos reprodutivos da mulher sejam garantidos, referindo-se ao aborto em caso de suspeita da condição - dentro dos limites da lei de cada país.
Devido ao aumento nos casos de microcefalia, Organização das Nações Unidas (ONU) defende que os chamados direitos reprodutivos da mulher sejam garantidos, referindo-se ao aborto em caso de suspeita da condição - dentro dos limites da lei de cada país.
No Brasil, o aborto só tem amparo legal em três situações: quando não
 há outro meio de salvar a vida da mulher, quando a gravidez é resultado
 de estupro e nos casos de anencefalia, quando o feto nasce sem cérebro.
 Nesses casos, o atendimento pode ser realizado no SUS.
A porta-voz da organização, Cecille Pouilly, sugeriu que a lei seja 
modificada em países onde o aborto é proibido. E perguntou: como podem 
pedir a essas mulheres que não fiquem grávidas, sem oferecer a elas a 
possibilidade de interromper a gravidez?


