Pobreza crônica no Brasil caiu para 1,1% da população 
A pobreza multidimensional crônica no Brasil passou de 8,3% para 1,1%
 da população, no período entre 2002 e 2013, anunciou a ministra do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, no painel “A 
experiência brasileira na superação da extrema pobreza”, durante o I 
Seminário Internacional WWP – Um Mundo sem Pobreza, em Brasília.
 
 
 
 
 
A
 pobreza, considerada em suas várias dimensões, além da baixa renda, 
teve uma redução mais acentuada entre negros, nas famílias com crianças e
 no Nordeste, onde estava mais concentrada.
Campello destacou o efeito mais forte das políticas nos grupos sociais considerados mais vulneráveis.
Antes
 do Plano Brasil Sem Miséria, o núcleo duro da pobreza era formado por 
71% de negros, 60% concentrados no Nordeste e 40% crianças e 
adolescentes de 0 a 14 anos.
No Nordeste, a pobreza 
multidimensional crônica caiu de 17,9% para 1,9%. Entre os negros, a 
queda foi de 12,6% para 1,7%. E nas famílias com pelo menos um filho de 
seis anos ou menos de 13,4% para 2,1%.
Indicadores que medem a 
pobreza em suas várias dimensões – e não apenas a renda – são um dos 
temas do seminário internacional, que reúne especialistas, na capital 
federal, até esta quarta-feira (19).
Os números anunciados pela 
ministra foram baseados em metodologia do Banco Mundial, que considera 
em pobreza crônica os indivíduos com renda de até R$ 140 mensais e 
privações em pelo menos três de sete dimensões, como educação, saúde, 
habitação e acesso a bens e serviços.
Em sua fala, Tereza Campello
 reforçou que os números mostram que o combate à pobreza no Brasil 
enfrentou o problema não apenas do ponto de vista da renda, ainda que o 
principal critério de acesso ao Bolsa Família tenha sido a renda.
A
 ministra destacou que o programa, que beneficia atualmente 14 milhões 
de famílias, não é o único responsável pelos resultados obtidos pelo 
Brasil, visto como exemplo no combate à pobreza.
“Muita gente 
acaba atribuindo ao Bolsa Família, mas o programa é apenas parte de um 
modelo de desenvolvimento econômico inclusivo”, disse a ministra, ao 
ressaltar também políticas públicas que possibilitaram o aumento do 
salário mínimo, a geração de empregos e o fortalecimento da agricultura 
familiar.
A economista-chefe de Desenvolvimento Humano na América 
Latina e Caribe, do Banco Mundial, Margaret Grosh, também participou do 
painel “A experiência brasileira na superação da extrema pobreza”.
Ela parabenizou o país pelos programas sociais que “terão ainda mais resultados no futuro.”
“O
 Bolsa Família deveria ser conhecido no mundo todo para aprendermos. Eu 
gostaria de parabenizar o Brasil. Vocês avançaram nos esforços para o 
monitoramento de famílias pobres.”
Grosh disse ainda que, depois 
do sucesso dos programas sociais brasileiros, há mais pressão para 
aperfeiçoá-los. “Os programas funcionam bem sozinhos e integrados 
também. O Brasil avançou muito e há espaço para aperfeiçoar.”
Durante
 o painel, a professora da Universidade de Tulane Nora Lustig observou 
que a América Latina está num bom caminho para a redução das 
desigualdades.
Na avaliação dela, o Brasil “está melhor do que 
outros países quando falamos de transferência de renda” e apresentou 
grande expansão na educação, o que gerou mudanças no mercado de 
trabalho. “O mercado de trabalho teve diminuição das lacunas, o gerou 
mais igualdade.”
com informações do Ministério do Desenvolvimento Social