Humberto Coutinho diz em entrevista que quer a união e independência da Assembleia Legislativa 
por Jorge Aragão 
O Jornal O Imparcial publica na edição deste domingo (22) uma entrevista
 com o atual presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado 
estadual Humberto Coutinho (PDT). O recém-eleito presidente da AL fala 
sobre diversos assuntos como: união e independência do parlamento, do 
PDT, da recuperação de sua saúde, da relação de amizade com o governador
 Flávio Dino (PCdoB), enfim a entrevista é bastante interessante e o 
Blog disponibiliza abaixo para o seu leitor.
Qual é o principal desafio da sua gestão a frente da Assembleia Legislativa? 
Humberto Coutinho – São vários desafios, o primeiro é manter a 
Assembleia unida. Aqui temos deputados de oposição ao governo, mas 
queremos buscar a união e o respeito. A oposição terá seu espaço, mas o 
governo terá a maioria, existindo um respeito entre todos. Eu pretendo 
manter a discussões no campo democrático, discutindo ideias e não 
ofensas pessoais. Vamos aprovar as propostas do governo, buscar viver em
 harmonia entre os poderes, o legislativo, executivo e judiciário.
Como a Assembleia Legislativa vai se comportar em relação a reforma política?
A reforma política é um tema de extrema importância. Para mim o 
principal, seria a realização de eleições de dois em dois anos, pois 
ninguém aguenta mais ter esse desgaste em um período tão próximo. Tem de
 haver uma mudança a partir desse ponto e do tempo de mandato. Deve-se 
também ter uma redução da quantidade de partidos, hoje são quase 40 e 
outra infinidade querendo obter registro, isso é um absurdo. Eu acredito
 que a reforma política deve ser um trabalho em conjunto entre diversos 
entes políticos e aqui nós estamos prontos para contribuir.
O senhor recebeu 40 dos 42 votos possíveis. O senhor se considera um superpresidente?
De forma alguma. Eu sou um deputado como outro qualquer. Eu estou na 
presidência, mas meu voto como parlamentar tem a mesma importância que o
 dos demais. É claro que existe a liturgia do cargo, mas não me acho 
melhor que ninguém.
E a que se deve esse apoio maciço? O seu poder de articulação, a entrada do governador ou outro fator?
O governador não articulou, mas ele foi simpático a minha 
candidatura. Ele não pediu voto pra mim, mas acredito que de forma 
particular ele tenha me ajudado. Mas eu me articulei com os deputados, 
ganhei a confiança dos deputados e tive muita conversa com os meus 
colegas parlamentares. Formamos uma grande amizade. Os deputados novos 
desta Casa confiam em mim. Revelo que foi um grande jogo de cintura 
garantir o apoio de tantos deputados. E os dois (Andréa Murad e Sousa 
Neto) que não votaram em mim são meus amigos. Já recebi eles no meu 
gabinete e deixei bem claro que não irei trata-los com nenhuma diferença
 em relação aos demais.
O senhor é do PDT, naturalmente contribui para o partido 
voltar a ser forte no estado, uma vez que já governou, agora preside a 
Assembleia. Como é a sua relação com o diretório estadual e como o 
senhor avalia esse momento da legenda?
Falar de partido é muito complicado. O PDT tem sua história. Jackson 
Lago era o norte do PDT, foi um dos fundadores, foi eleito prefeito de 
São Luís e governador do Maranhão. Porém com a morte de Jackson, existiu
 um vácuo no PDT, inclusive no diretório nacional. O partido tá se 
encontrando novamente. Tem quatro deputados estaduais, 2 federais e 
estamos conversando, pra deixar o PDT do tamanho que ele é, ainda mais 
pela sua história no Maranhão. Naturalmente somos da base de apoio do 
governador.
Como é a relação do presidente Humberto Coutinho com o governador Flávio Dino?
Excelente. O Flávio é meu amigo. Confio nele. Digo que o Maranhão tem
 um governador competente. Ele é determinado e trabalhador, tenho 
certeza que ele vai trabalhar 24 horas para melhorar o nosso estado. 
Inclusive as suas primeiras ações já demonstram que ele é um governante 
não diferente, ele não olha apenas para quem votou nele, mas sim para 
todos. Ele vem lançando programas que vem beneficiando a nossa 
população, o programa “Mais IDH”, que inclusive beneficia prefeitos que 
não apoiaram ele. O programa de moradia digna, escola, saúde, educação, 
tudo isso o Flávio Dino tem feito para promover melhoria nos indicadores
 sociais. Temos grande esperança!
E como será a postura do parlamento em relação ao governo?
A Assembleia é autônoma e independente. Governo e parlamento são 
parceiros, mas ambos vão buscar o melhor para o nosso estado, cada um 
respeitando o seu espaço.
No ano passado, o senhor ficou entre a vida e a morte, hoje o senhor é presidente da Assembleia. O que passa na sua cabeça?
Um ano atrás eu estava em coma. Passar o que passei, por vários 
médicos, cirurgias e poucos pessoas sabiam, acredito que é uma grande 
vitória eu ter conquistado a voltar ter minha vida normal. Tudo isso fez
 eu pensar sobre o modo de viver, valorizar a vida, espiritualmente 
estou mais forte, pois você muda também a forma de agir. Nessas horas 
que a gente tem certeza que Deus existe, ainda mais das orações 
recebidas de parentes, amigos e eleitores. Eu quase não fiz campanha, 
foi bem reduzida, mas agradeço a todos que me ajudaram. Chegar a 
presidência dessa Casa, fico imaginando a oportunidade que Deus me deu e
 a importância que é de comandar esse parlamento. Hoje me sinto muito 
feliz.
As comissões já estão todas definidas?
Eu não tenho participado dessas reuniões. Como presidente estou sendo
 apenas comunicado. Dessa forma deixei os deputados e os blocos bem a 
vontade para definirem entre eles, a composição e liderança. Até porque 
quem define isso são os partidos e blocos, não o presidente.
Como o recebeu a Assembleia Legislativa da antiga administração?
Muito bem. O Arnaldo Melo entregou a Casa bem administrada e sem 
problemas financeiros. Não tenho nada do que reclamar. Somente a 
administração é nova, afinal é um novo presidente, mas não há problemas.
Em relação aos projetos iniciados na gestão passada como a Assembleia Itinerante, o senhor pretende continuar?
Claro. O que é bom deve continuar. Quando terminar o período de 
chuvas, vamos retomar esse trabalho. Pois devemos lembrar que em 1998 
houve a itinerância e infelizmente uns deputados faleceram em acidente. 
Dessa forma devemos nos preservar. Mas vamos levar nosso trabalho para o
 interior e contar com o apoio dos parlamentares em suas bases.
Como presidente da Assembleia Legislativa, o senhor tem poder
 e influência política. Como será sua participação nas eleições 
municipais de 2016?
Nas minhas bases onde tenho trabalho há mais de 20 anos, vou manter 
minha atuação, mas não vou invadir a base de ninguém. Aproveito para 
garantir que irei manter meu trabalho no leste maranhense.