quinta-feira, 29 de agosto de 2013

‘Era a hora que ele tava na agonia', diz pai ao receber mensagem do celular do filho

Sebastião Barbosa , pai de um dos maranhenses mortos.
O corpo de Raimundo Barbosa de Sousa, 38 anos, foi o sétimo a ser retirado dos escombros, após o desabamento do prédio em São Paulo. O operário natural de Imperatriz (MA) trabalhava há 11 anos para a construtora Salvatta Engenharia.
Sebastião Fernandes de Sousa, 62 anos, aguardava inconformado a chegada do corpo do filho, no aeroporto Renato Cortez Moreira, entre os oitos mortos que desembarcaram em Imperatriz.
“Desde a hora que saíram as primeiras notícias, às 8h, quando aconteceu o desastre, a gente ficou na frente do computador acompanhando, porque a gente já sabia que meu filho estava trabalhando naquele lugar. Ele tinha acabado de mandar uma mensagem, às 7h da manhã, dizendo que estava tudo bem”, contou o aposentado.
A família, quando soube da tragédia, ficou tentando manter contato com Raimundo, mas sem sucesso.
“A gente tentou, ficou o tempo todo tentando ligar mas só dava na caixa postal. Depois chegou uma mensagem dizendo que o celular estava disponível, que podia ligar naquele momento, acho que era a hora que ele tava na agonia, debaixo dos escombros, e não tinha mais resistência pra falar”, lembrou Sebastião.
Pela internet e pela TV, familiares acompanhavam a retirada dos corpos.
“A gente ficou ligado o dia todo até que tiraram o sexto corpo. No sétimo eu disse assim: esse aí é o meu filho”, disse o pai em lágrimas.
A último vez que Raimundo esteve na cidade foi em janeiro deste ano. Comprou um terrenos para fazer uma casa, uma motocicleta e planejava voltar de vez, para a terra natal.
“Ele tinha planos de voltar para Imperatriz este ano. Eu fico procurando o que fazer mas a gente não pode fazer nada, só espero que sirva de exemplo, pra não acontecer em outra obra”, finalizou o pai.
Nesta quinta-feira (29) foi confirmada a morte de mais um maranhense, natural de Joselândia, mas o corpo só deve chegar amanhã (30).

Fonte Imirante.