terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Policial legislativo que delatou varreduras ilegais que teriam beneficiado Sarney e Lobão é demitido


Após delatar varreduras ilegais da polícia do Senado, que funcionavam como contrainteligência às ações legais da Polícia Federal e que beneficiaram diversos políticos entre eles Fernando Collor (PTC-AL), Edison Lobão Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffman (PT-PR) e até o ex-senador José Sarney (PMDB-AP), o policial legislativo Paulo Igor Bosco Silva foi exonerado do seu cargo.
A demissão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (15), após um processo administrativo que decidiu pela perda do cargo por descumprimento dos deveres de servidor público e por transgredir proibições inerentes à função. Paulo Igor Bosco Silva foi um dos três policiais legislativos que entregaram documentos do Senado à PF que subsidiaram a Métis, que apreendeu maletas anti-grampo usadas pelo Senado para, segundo a Polícia Federal, obstruir a Operação Lava Jato. No processo administrativo, no entanto, ele respondia por supostas faltas e ausências ao trabalho.
Para fazer as varreduras, os servidores do Legislativo usavam as maletas anti-grampo que emitiam ondas sonoras para detectar pontos e escutas, como as que ficam escondidas em aparelhos telefônicos, tomadas e mesas.
Em setembro de 2016, após os relatos de Paulo Igor, a PF prendeu temporariamente o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo, e três subordinados dele. A acusação é de que o grupo praticou crimes de corrupção e obstrução à Justiça ao vasculhar imóveis de senadores – dentro e fora de Brasília – que foram alvo de mandados de busca e apreensão da Lava Jato, a fim de localizar escutas ambientais ordenadas pelo Judiciário.