sexta-feira, 6 de maio de 2016

Dilma Rousseff diz que Michel Temer é 'cúmplice' de Eduardo Cunha 

Em tom de ameaça, a presidente falou que o vice vai tirar 36 milhões de pessoas do Bolsa Família 

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que o vice-presidente Michel Temer é "cúmplice" de Eduardo Cunha e do "golpe", pois beneficia-se do processo de impeachment. Dilma associou Temer a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do mandato de depútado federal -e, por tabela da presidência da Casa - pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dilma anunciou, em cerimônia no Planalto, a contratação de 25 unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida. 

O pecado original desse processo não pode ficar escondido. Todos aqueles que são beneficiários desse processo, o senhor vice-presidente da República, são cúmplices de um processo extremamente grave — disse Dilma, referindo-se diretamente a Eduardo Cunha como "pecado original" por várias vezes no discurso.

Em tom de ameaça, a presidente falou a uma plateia de beneficiários do programa que o eventual governo Temer - que pode assumir a Presidência já na semana que vem, caso o plenário do Senado votar pelo afastamento de Dilma - vai tirar 36 milhões de pessoas do Bolsa Família. Disse também que esse possível governo usa "desculpas" para cortar programas sociais.

— A tese é que se você pagar só para 5%, o que dá 10 milhões de pessoas, você gastaria menos. O Bolsa Família hoje contempla 47 milhões de pessoas. Seria como, então, para fazer só com 10 milhões, tirar 36 milhões e deixá-los à margem - declarou, insinuando que o eventual governo vai adotar o discurso de "Assim que eles conseguirem uma ocupação, eles que se virem".

Dilma aproveitou para atacar o "Estado mínimo", defender impostos para programas sociais e contabilizar feitos dos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às metas do seu próprio governo. Ignorando a possibilidade de ser afastada pelo Senado do cargo de presidente nos próximos dias, disse que, até 2018, um em cada oito brasileiros será beneficiário do Minha Casa Minha Vida - contando as moradias feitas por Lula desde 2003

Eles são contra os direitos sociais, contra a capacidade da senzala levantar e dizer: “Casa Grande nunca mais” — disse Evanisa Rodrigues, coordenadora da União Nacional por Moradia Popular.

O jogo não está jogado. Uma coisa é o jogo jogado no carpete da Câmara e Senado. Outra coisa é o jogo jogado nas ruas desse país. E aí o papo é outro — disse Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Inês Magalhães, que foi nomeada ministra das Cidades depois que Gilberto Kassab deixou o posto às vésperas da votação do impeachment de Dilma pelo plenário da Câmara, falou que querem “depor” a presidente.


fonte: Jornal O Globo 






 
O futuro do vice-presidente Michel Temer nas mãos de Waldir Maranhão  


A decisão do STF de manter o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por tempo indeterminado, e a consequente ascensão de Waldir Maranhão (PP-MA) ao posto de comandante da Casa, dá ao maranhense um poder que tem incomodado aliados de Michel Temer (PMDB).
Explica-se: está parado na Câmara, desde o início de abril, um pedido de impeachment do vice-presidente da República, protocolado pelo advogado mineiro Mariel Márley Marra.
O caso estava para ser engavetado por Cunha, quando o STF mandou que ele desse andamento ao processo.
O presidente, então, determinou que os líderes indicassem os membros da comissão que analisaria a possibilidade de impedimento. Mas partidos de oposição e aliados de Temer negaram-se a atender a determinação.
Segundo o regimento, o próprio Cunha deveria indicar a comissão. Mas nunca o fez.
Agora como presidente, cabe a Waldir Maranhão decidir se atende aos apelos de petistas e afins e nomeia a comissão do impeachment de Temer, ou se mantém-se fiel a Eduardo Cunha – a quem já traiu na votação do impedimento de Dilma – e deixa o caso na gaveta.
Terceiro maranhense pode virar presidente da Republica. E mais um bigodudo...  

Blog Matias Marinho 

O Maranhão poderá ter mais um presidente da República, pelo menos por um curto tempo.É que com a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) assumiu o comando da Câmara Federal. Com a ascensão de Michel Temer (PMDB) à presidência da República e o impeachment da petista Dilma Rousseff, Maranhão passa a ser o segundo da linha sucessória presidencial, enquanto não acontece a eleição do novo presidente da Câmara.
O último maranhense a ocupar a presidência da República foi José Sarney, que comandou a transição para a democracia ao assumir o cargo em virtude da  morte de Tancredo Neves. Bem antes, em 1917, o maranhense Urbano Santos (o primeiro da foto acima) já havia assumido interinamente à presidência da República, por dois meses, no governo de Wenceslau Brás Pereira Gomes.
P.S. O general maranhense Augusto Tasso Fragoso, mais conhecido por Tasso Fragoso, também chegou a chefiar a Junta Governativa Provisória de 1930, que assumiu o governo do Brasil depois que Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930 por um golpe de estado liderado por Tasso Fragoso, o qual impediu o presidente eleito Júlio Prestes de assumir a presidência da república e a entregou a Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930. Também era bigodudo.
Bomba nas mãos…
No âmbito da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) herda uma questão engavetada pelo antecessor: o processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer. O alerta foi feito nesta quinta-feira por aliados de Cunha que, em um ato de desagravo, compareceram à residência oficial do peemedebista, que segue recluso.
Maranhão é tido como nome próximo a Cunha – mas contrariou o entendimento de seu colega e, de última hora, decidiu debandar para a tropa contrária ao afastamento de Dilma Rousseff. Maranhão teve reuniões com o ex-presidente Lula antes de mudar de lado. Aliados de Cunha narraram ao site de VEJA a inconstância do novo chefe da Câmara, o que já causa preocupação.
Vice-presidente da Assembleia Legislativa do MA repercute afastamento de Eduardo Cunha

Agencia Assembleia 

O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) repercutiu, na sessão desta quinta-feira (5), o afastamento do presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB). Segundo o parlamentar, a decisão do ministro Teori Zavascki vem, na realidade, corrigir uma distorção que estava provocando constrangimento para todos os brasileiros e expondo internacionalmente o Brasil.
“Imaginemos nós um sujeito, um cidadão como Eduardo Cunha presidindo a Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil, réu em diversos processos, sofrendo graves acusações, dentre as quais, evasão de divisas, e há um ano e três meses presidia a Câmara dos Deputados”, disse.
Othelino Neto lembrou, na tribuna, que o deputado Eduardo Cunha, além de presidir a Câmara dos Deputados, ainda comandou uma sessão através da qual o Legislativo autorizou o andamento do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Vejamos nós a gravidade que foi ter Eduardo Cunha presidente da Câmara, não só pelos vexames que provocou ao Brasil afora, não só pelos incômodos em todos os cidadãos lúcidos do Brasil, cidadãos e cidadãs, mas porque ele não administrou a Câmara com a grandeza que precisa ter alguém que comanda uma instituição daquela importância. Ele utilizou este um ano e três meses que esteve à frente da Câmara dos Deputados para promover uma implacável vingança contra aqueles que ele escolheu como os seus inimigos a serem destruídos”, comentou.
Para Othelino, Eduardo Cunha participou e liderou um grande complô na Câmara dos Deputados, que culminou com a votação que deu seguimento ao afastamento da presidente da República, Dilma Rousseff. 
“Imaginemos que um gângster presidiu a sessão que autorizou o afastamento da presidente da República. Infelizmente, em forma tardia, mas não menos importante, agora o Supremo Tribunal Federal, através de uma decisão unilateral do mnistro Teori Zavascki, acalma de certa forma o país, que não vai ficar em paz diante dos acontecimentos que estão por vir, mas pelo menos corrige parcialmente essa distorção jurídica, política e moral que era Eduardo Cunha presidir a Câmara dos Deputados”, afirmou.
Othelino disse que o afastamento deveria ter sido feito pela Câmara dos Deputados. Segundo o parlamentar, os próprios deputados federais não deveriam ter permitido que ele continuasse todo esse tempo à frente daquela instituição, mas as manobras que o mesmo fez, as modificações no Conselho de Ética acabaram permitindo que ele permanecesse até agora.
“E foi preciso que o ministro do Supremo, apesar de ter demorado tanto a atender a solicitação do procurador geral da República, Rodrigo Janot, afastasse finalmente o deputado Eduardo Cunha da Presidência da Câmara. Então faço esse pronunciamento hoje para registrar um alívio momentâneo, porque hoje o Supremo, tardiamente, corrige um grande problema que o Brasil enfrentava, tirando da linha sucessória hoje o terceiro, que é o presidente da Câmara. Possivelmente, em alguns dias será o segundo. Na prática, seria o vice-presidente da República”, analisou.