Othelino Neto substitui Humberto Coutinho no comando da Assembleia Legislativa 
O Estado  
A Assembleia Legislativa terá novo comando por um período de pelo 
menos 20 dias, em decorrência de afastamento dos trabalhos, por meio de 
licença médica, do presidente Humberto Coutinho (PDT), que se submeterá a
 uma cirurgia na próxima quarta-feira, no estado de São Paulo.
Com a ausência do pedetista, quem comandará a Mesa Diretora da Casa é
 o deputado Othelino Neto (PCdoB), eleito no início desta legislatura 
primeiro vice-presidente da Casa. Othelino terá como um dos maiores 
desafios conduzir o Parlamento a um consenso em relação à proposição que
 institui a emenda impositiva no Maranhão, que já foi aprovada pela 
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), mas, segundo o 
próprio parlamentar, carece de alterações no texto.
Humberto embarcará para São Paulo para se submeter a uma cirurgia de 
reconstrução intestinal. No ano passado, após realizar exames médicos, 
ele descobriu um câncer no intestino e precisou fazer tratamento médico 
específico. Naquela ocasião, já estava prevista a cirurgia a qual ele 
agora se submeterá.
Na última quinta-feira, ao encerrar a sessão ordinária, Humberto 
informou aos seus pares e à imprensa, de seu afastamento. “Quero 
comunicar a todos os deputados e aos profissionais da imprensa, que 
precisarei me licenciar para me submeter a uma cirurgia de reconstrução 
do trato gastrointestinal, que, ao contrário do que haviam divulgado em 
alguns blogs, não é de emergência, já estava prevista há um ano. Quando 
fiz o meu tratamento em São Paulo, precisei fazer algumas cirurgias para
 a correção de complicações. Esta é a última prevista pela equipe 
médica, mas já estava agendada”, explicou.
Na ocasião, Humberto recebeu os cumprimentos dos parlamentares que 
estavam no plenário. Os colegas desejaram sucesso na cirurgia e rápida 
recuperação ao deputado, que pretende retornar à presidência da Casa, 
dentro de 20 dias.
Amistoso  Humberto Coutinho se elegeu presidente do Legislativo sem 
muita dificuldade, no dia 2 de fevereiro deste ano, quando iniciou a 
nova legislatura. 
Apoiado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), ele 
costurou acordo com membros de todas as alas políticas e bancadas, e 
alcançou 40, dos seus 42 votos possíveis no pleito.
Apenas Andrea Murad (PMDB) e Sousa Neto (PTN) votaram contra o 
pedetista, como forma de protesto à “imposição do governador no processo
 eleitoral da Casa”.
O atual presidente tem mostrado independência em relação ao governo, 
razão pela qual ganhou a simpatia dos membros da oposição. Humberto 
também conseguiu articular a eleição dos demais membros da Mesa 
Diretora, sem que houvesse qualquer tipo de racha na base governista. 
Ele abriu espaço para três mulheres na direção: Valéria Macedo (PDT) [3ª vice-presidente], Graça Paz (PSL) [4ª vice-presidente] e Francisca 
Primo (PT) [4º secretário] e destinou cargos para oposicionistas. Ele 
tem conseguido conduzir os trabalhos no Legislativo e aprovar todas as 
pautas de interesse do Governo do Estado.
Missão – O presidente em exercício Othelino Neto 
(PCdoB) terá como principal missão durante o período em que estiver no 
comando da Assembleia Legislativa, conduzir o parlamento a um consenso 
em relação a apreciação do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 
03/2014, que trata da do Orçamento Impositivo no Maranhão. A proposta 
torna obrigatório o pagamento da emenda parlamentares individuais.
O comando da Casa tem sido cobrado pelo deputado César Pires (DEM), 
que na última sessão lembrou que além de o tema já ter sido aprovado no 
Congresso Nacional, também já foi apreciado e aprovado na Câmara 
Municipal de São Luís.
A matéria está no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e 
Cidadania (CCJ), que já aprovou o tema, mas ainda não encaminhou para a 
Mesa Diretora, para ser apreciada em plenário.
“Eu não sei porque a CCJ e essa Mesa ainda não colocaram para ser 
votada a nossa emenda impositiva. Esta matéria, que prevê a emenda, foi 
votada na Câmara Federal e de igual modo no Senado da República, que já a
 promulgou”, cobrou César Pires.
Humberto Coutinho já afirmou que pretende rediscutir o tema, o que 
somente aconteceria após o seu retorno aos trabalhos. Othelino, por sua 
vez, que passa comandar a Casa, já admitiu que a orientação da base 
governista é de propor mudanças no texto da PEC.