O encontro, que vinha sendo costurado há cerca de três semanas, é visto como decisivo para pôr fim ao racha que vem corroendo o campo lulista no Maranhão. O próprio Lula já havia sinalizado, em entrevista ao Grupo Mirante, no início de outubro, que chamaria Brandão para uma conversa olho no olho a fim de “arrumar a casa” antes que a disputa interna sangrasse mais.
Mas o que era para ser uma reunião de alinhamento pode chegar em clima de hostilidade política. A divulgação dos áudios que expõem uma suposta tentativa de chantagem atribuída ao grupo conhecido como “dinista” — herdeiros do capital político de Flávio Dino — no famoso “resolve Colinas que a gente resolve o TCE” acirrou os ânimos e abriu um novo flanco de desgaste dentro do blocão governista.
A ala política do PT e partidos satélites do lulismo esperam que Lula bata o martelo e defina uma estratégia para 2026 no Maranhão, com um discurso unificado e uma saída negociada que evite a implosão do grupo. O presidente trabalha para ressuscitar a tese do “nome de consenso” — um terceiro perfil capaz de sentar à mesma mesa e reunificar as duas forças hoje em rota de colisão. O problema é encontrar alguém com densidade eleitoral, musculatura política e capacidade real de pacificação.
Brandão, entretanto, tem sinalizado que não cederá um milímetro da equação que repete há meses: só renuncia ao governo para disputar o Senado se o vice Felipe Camarão (PT) renunciar também.
Agora, o que se aguarda é o desfecho político do encontro de amanhã. a pergunta é : Lula vai arbitrar ou apenas ouvir?
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