terça-feira, 22 de setembro de 2020

 Lula sinaliza para Flávio Dino 



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está disposto a apoiar qualquer candidato que possa derrotar Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições presidenciais de 2022 e seus apoiadores no pleito municipal deste ano. Uma sinalização para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). O mesmo gesto já tinha sido feito pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Ela citou nominalmente apenas o comunista como opção de fora do Partido dos Trabalhadores.

“Eu estarei disposto a apoiar qualquer candidato que tenha compromisso com o povo trabalhador contra o Bolsonaro. Não precisa ser do PT. Se for um candidato do PDT, do PCdoB, do PSB, do PSOL que estiver na disputa em que o PT não esteja, o PT não terá nenhuma dúvida de apoiar qualquer candidato progressista”, disse Lula em entrevista à agência Reuters.

O ex-presidente disse que o PT apoiará legendas de esquerda e centro-esquerda nas eleições municipais de novembro para construir oposição a Bolsonaro, a quem acusou de ter fracassado em liderar o Brasil durante sua pior crise econômica e de saúde pública na pandemia do coronavírus.

Lula não assegurou sua candidatura por depender da Justiça, já que foi condenado duas vezes em processos no âmbito da Operação Lava Jato. Para o ex-presidente, Bolsonaro fracassou como líder do país na crise agravada pela pandemia de coronavírus.

“O Brasil está desgovernado, como um transatlântico em alto mar sem comandante, porque o Bolsonaro só cuida de contar coisas dele com fake news, sem se preocupar em cuidar do Brasil. O papel de um presidente é cuidar de seu povo. Isso significa pensar no emprego, no salário, na saúde, em comer três vezes ao dia”, declarou.

Lula disse que não há necessidade de um mea culpa pelas irregularidades cometidas por seu partido. Para o ex-presidente, os casos de corrupção contra ele foram politicamente motivados para impedi-lo de retornar ao poder e espera que as sentenças possam ser anuladas pelos tribunais, conforme surjam evidências de parcialidade dos procuradores.

“Autocrítica pedem ao PT as pessoas que não têm crítica ao PT, para eles terem um motivo para criticar o PT”, afirmou.