quinta-feira, 25 de junho de 2020

Mario Assunção presta contas das ações iniciais da Comissão Especial de Vereadores que luta contra a pandemia em Caxias 


O vereador Mário Assunção (Republicanos) usou o pequeno expediente da sessão remota da Câmara Municipal de Caxias (CMC), na última segunda-feira (22), para fazer considerações a respeito da pandemia que assola Caxias e que entrou, segundo ele, na ordem de todas as discussões que se realiza no município. Assunção apresentou, na oportunidade, as ações iniciais já realizadas pela Comissão Especial de Vereadores que levanta a situação do trabalho posto em prática pela prefeitura para combater a Covid-19 no município, da qual é presidente.
O vereador explicou a seus pares que Caxias já entrou naquele limite que os epidemiologistas chamam de platô da pandemia, referindo-se, em sua avaliação, ao momento em que a doença atinge um grande número de contaminados e esse nível se mantém por certo período.
"A situação é da maior gravidade, e não há qualquer possibilidade de tratamos esse mal que assola nosso município com politização. Nossa comissão é apolítica, pensa em fiscalizar e aplicar ações para nossa sociedade, não está ausente, e tem 180 dias de prazo para apresentar as sugestões que nossa população espera de seus vereadores", disse ao iniciar suas palavras.
Mário Assunção ressaltou, em seguida, que já havia recebido uma mensagem da vereadora Thaís Coutinho, que é membro da comissão, para que fossem iniciadas as visitas do grupo às unidades de saúde participantes na luta contra a pandemia.
"Mas expliquei à colega que era melhor aguardar pelas respostas do primeiro ofício homologado pelo grupo à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), aos cuidados do próprio secretário Carlos Alberto Martins de Sousa, no último dia 10 de junho, e só de posse das respostas iniciar nossa agenda de visitas ao Hospital Macrorregional, à UPA, ao Hospital de Campanha Centro Médico e ao Complexo Hospitalar Municipal Gentil Filho, nosso conhecido Hospital Geral", justificou.
"Através desse ofício", prosseguiu o vereador, "encaminhamos um questionário para levantar tudo o que está sendo feito no âmbito do combate à pandemia da Covid-19 em Caxias, como solicitação de informações sobre o quantitativo dos créditos realizados pelo Fundo Nacional de Saúde e também os processos de pagamento e de compra de insumos e de materiais, para que a gente pudesse ter uma noção de como está sendo feito esse trabalho aqui na nossa cidade".
Sugestões
Prosseguindo suas colocações, ele realçou: "Também fizemos essa mesma solicitação para o Hospital Macrorregional, uma vez que ele hoje é o hospital de referência da região e tem uma ala para atendimento da Covid. Mas, não obstante a isso, nós já fizemos algumas indicações, algumas sugestões, para que fossem implantadas dentro da Secretaria de Saúde. E hoje, já em contato com o prefeito Fábio Gentil e o secretário de Saúde, ele já determinou que muitas dessas sugestões fossem levadas em prática, tais como: colocação no boletim diário, para divulgação, da quantidade de leitos de internação e de UTI que estão disponíveis para tratamento do Covid-19".
Na concepção do vereador, "isso é importante, para que as pessoas saibam como está a lotação dos nossos hospitais, como está a lotação das nossas UTIs, porque isso pode evitar até que uma pessoa saia de casa para se arriscar a ser contaminada pela doença".
Outra sugestão revelada por Mário Assunção, levou em conta que é necessário manter uma equipe multiprofissional para acompanhar os casos dos pacientes positivos em isolamento domiciliar, fazendo também a busca ativa na vizinhança. Ele garantiu que o prefeito já autorizou a formação de duas equipes na SMS, em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social, para exatamente estarem fazendo essa busca ativa.
A realização de um processo seletivo para contratação de profissionais para o atendimento à Covid-19 foi outra sugestão apresentada, que aguarda agora aprovação do Ministério Público, em razão do município viver em um momento também de pré-eleição, e pela lei isso seria impossível, mas, como a região vivencia uma pandemia, a solicitação é no sentido de que o seletivo possa ser feito sem desrespeitar as normas legais.
Admitindo que é um geneticista e que não possui formação em epidemiologista, mas que tem estudado muito o assunto, Mário se mostrou um defensor dos trabalhos de testagem em massa da população. Para ele, é muito mais eficiente se vencer uma pandemia como essa fazendo uma testagem em massa, isolando depois os contaminados e fazendo em seguida um tratamento de forma precoce, para se diminuir a lotação dos hospitais.
O problema nessa equação, conforme explicou, está no fator de que não se pode utilizar os chamados testes rápidos, porque eles têm uma janela epidemiológica que só vão dar positivo a partir do quinto ao nono dia em que as pessoas começam a apresentar os sintomas.
No período de incubação do vírus, por exemplo, que vai de zero até 14 dias, até os primeiros dias dos sintomas, os testes rápidos mostram resultado de falso-negativo. Por isso é que isso o preocupa muito, hoje, como assistir pessoas ficarem preocupadas, e o medo que demonstram ao sentirem os primeiros sintomas leves, e daí saírem a correr em busca de socorro nas unidades de saúde para fazer um teste rápido, e mesmo se a pessoa estiver contaminada ou não, ele dar um resultado falso-negativo.
Mário Assunção revelou que já conseguiu sensibilizar o prefeito a habilitar as clínicas de diagnóstico de Caxias, para que as mesmas possam ser contratadas pela prefeitura a realizar tanto testes sorológicos, que dão resultados mais precisos, como também a fazer o teste principal, que é o RTPCR, que demora de um a dois dias para apresentar o resultado, mas que detecta a presença do vírus até na fase de incubação. "São testes de maior custo, mas que são necessários para que as pessoas não criem dúvidas, se estão contaminadas ou não", justificou.
No entender do vereador, uma última ação seria a distribuição dos kits de medicamentos para as pessoas nas unidades de saúde, ressalvados os cuidados com a administração médica dos remédios doados. Ele foi taxativo ao dizer que esses remédios do kit não combatem o vírus, mas apenas reduzem a sua agressividade, e que alguns remédios oferecem inclusive efeitos colaterais perigosos à saúde, como taquicardia, arritmia cardíaca, e assim sucessivamente.
Para o presidente da Comissão Especial, a distribuição de medicamentos em massa não pode ocorrer sem que as pessoas apresentem um eletrocardiograma saudável e tenham um coração adequado para suportar uma carga de medicamentos tão fortes como os que se encontram nos kits de distribuição.
No correr do seu pronunciamento, Mário Assunção fez questão de parabenizar o vereador Jerônimo Ferreira (PNM), pelo apoio em aceitar a fazer a relatoria da comissão especial, assim como a todos os demais colegas que tenham vontade de trabalhar nessa ação específica do legislativo caxiense. Ele também anunciou ter feito uma emenda na indicação do vereador Antonio Ximenes (Republicanos), estendendo o benefício do futuro plano de cargos e salários dos engenheiros da prefeitura também aos engenheiros eletricistas e arquitetos.
Ascom/CMC