quarta-feira, 19 de maio de 2021

Parlamentares mostram divergências no campo da atuação politica  

Na sessão dessa segunda-feira (17), Daniel Barros (PDT), Júnior Barros (PMN) e Ricardo Rodrigues (PT) travaram um duelo à parte sob o ponto de vista da avaliação que fazem da política caxiense e de suas participações no legislativo municipal.

Participando da sessão ordinária híbrida por via remota, o vereador Daniel Barros (PDT) salientou inicialmente a sua satisfação por ter colocado em pauta na data um projeto de lei de sua autoria, através do qual Caxias poderá fazer jus ao seu sistema cicloviário, mecanismo que ao ser implantado pelo poder público, nas ruas e avenidas, permitirá que as pessoas, cumprindo a jornada de trabalho ou fazendo lazer, esportes, circulem de bicicleta com segurança pelas ruas caxienses. Ele requereu a aprovação do seu projeto de lei aos colegas, durante a sessão.

O líder da oposição à gestão municipal voltou a explanar o caso da apropriação ilegal de parte da Área de Proteção Ambiental do Inhamum, que é tombada por legislação ambiental, por uma empresa de energia que instalou uma subestação de energia na localidade, segundo ele, sem  autorização da Secretaria de Meio Ambiente do município e da Câmara Municipal. Citando o oportunismo da convocação que fora levada a efeito pelo colega oposicionista Charles James (Solidariedade), às duas autoridades citadas, Daniel Barros informou a seus pares que já conversou com o ministério público estadual para que o mesmo convoque o secretário de Meio Ambiente, Pedro Fonseca Marinho, a dar maiores esclarecimentos sobre o caso.

Reportando em seguida a problema na área da saúde, Daniel Barros informou da gravidade do estado de saúde em que se encontra na UPA um cidadão do povoado Batalha, localizado no 2º Distrito, diagnosticado com morte cerebral. Em ato contínuo, destacou que informou tal situação para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereador Ricardo Rodrigues (PT), pedindo-lhe apoio para solucionar o que classificou como mais um caso de negligência ocorrido naquela unidade de urgência em saúde do município, uma vez que o paciente deu entrada na unidade no dia 08 de maio e só foi submetido a uma tomografia dois dias depois, na clínica que pertence a um primo do prefeito municipal.

Na opinião do vereador, o cidadão Francisco da Silva Mendes só não foi levado para um eventual tratamento no Hospital Macrorregional de Caxias porque não possuía diagnóstico, e que falhas lamentáveis como aquela somente reforçam o seu entendimento de que o prefeito mentiu mais uma vez ao dizer, em abril de 2020, que a saúde municipal de Caxias teria tratamento com neurocirurgia.

Por sua vez, em sua participação no pequeno expediente da sessão, o vereador Júnior Barros (PMN) disse que aquele era o instante do seu primeiro pronunciamento presencial na casa, um momento de muita satisfação por participar dos trabalhos como vereador caxiense. Depois, parabenizou os vereadores que juntamente com o presidente do legislativo, Teódulo Aragão (PP), estiveram no fim de semana participando das ações de limpeza das praças do Conjunto Eugênio Coutinho, a cargo da prefeitura.

Barros revelou em seguida, sem citar nomes, a sua contrariedade com a abordagem midiática individual que alguns colegas estão fazendo na política de Caxias, nas quais, segundo ele, se vê parlamentares fazendo fiscalizações, utilizando aparelhos celulares ao vivo, para expor cidadãos, explorar pacientes médicos em tratamento, fatos que considerou uma grande falta de respeito e de responsabilidade junto a toda comunidade.

“O que vejo, que assisto, é totalmente pessoal e não visa o interesse da comunidade da caxiense. Essa fiscalização arbitrária, expondo pacientes e funcionários, se aproveitando do momento, às vezes não chega a ser suficiente, pois fazem até entrevistas e divulgam notícias falsas e mentirosas”, disse, admirado com o fato de colegas afirmarem que vereador não é capacho de prefeito, mas usem a pandemia para marcarem projeções políticas pessoais.

Ricardo Rodrigues (PT), que aniversariava na data, ressaltou no começo do seu discurso que o maior presente que estava recebendo, naquele momento, era estar trabalhando pelo povo de Caxias. E, dizendo dos temas até então explorados no plenário, não podia deixar de citar o que seus companheiros da Comissão de Saúde do legislativo, Luís Lacerda (PCdoB), e Gentil Oliveira (PV) haviam declarado sobre as aglomerações em alguns pontos festivos que foram anotados no município, no último fim de semana.

Para o líder do governo na Câmara, não é verdade que foi tudo liberado pela prefeitura no último fim de semana. O que acontece é que alguns estabelecimentos não respeitaram o decreto municipal, postura que por ele é vista como um contrassenso, já que todo dia, toda hora, tem comerciante, empresário, batendo na porta do prefeito, na casa dos vereadores ligados à gestão municipal, pedindo afrouxamento das medidas dos protocolos sanitários.

“No último fim de semana, houve a liberação de eventos para até 50 pessoas, mas muitos extrapolaram e isso se refletiu em um pico de ocupação de 80% no Hospital Macrorregional. Portanto, não adianta somente cobrar dos vereadores, do prefeito, quando é próprio cidadão que não cumpre as recomendações e, por conta disso, todo dia tem gente morrendo por causa da pandemia. Eu presenciei no fim de semana uma festa com mais de 300 pessoas. Infelizmente, por causa de alguns, todos pagam”, acrescentou, mostrando a sua indignação contra certos donos de estabelecimentos e usuários.

O vereador Ricardo Rodrigues admitiu que recebeu no fim de semana uma ligação do líder da oposição, Daniel Barros (PDT). Ele explicou que foi cientificado do caso do cidadão do povoado Batalha, em estado grave na UPA. Contudo, deixou claro que, infelizmente, dado o seu estado gravíssimo, quando chegou na UPA, era necessário, primeiro, estabilizar o paciente, para dar início ao seu tratamento. “Lamentamos a situação muito difícil, sobretudo porque se trata de uma pessoa da zona rural, mas poderia ser com qualquer membro desta casa. Fica, aqui, o meu pedido, para que Deus possa logo restituir a saúde dele, como de todas as pessoas que neste momento enfrentam essas situações delicadas”, argumentou.

Ascom/CMC