quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Recordar é viver: Roseana Sarney e o aniversário de 15 anos do caso Lunus 


Quase passa despercebido, mas vale a pena registrar o aniversário de 15 anos do “Caso Lunus”, um dos maiores escândalos de propina e lavagem de dinheiro envolvendo Roseana Sarney e seu marido Jorge Murad, irmão de Ricardo Murad, considerado chefe de quadrilha pela Polícia Federal. Como a data não poderia passar em branco, o blog resolveu revisitar seus arquivos para relembrar mais este vergonhoso episódio envolvendo a oligarquia e que acabou com a renúncia da pré-candidatura da ex-governadora à presidência da República em 2002.
Em março daquele ano, em plena pré-campanha eleitoral para a sucessão de Fernando Henrique Cardoso, a Polícia Federal deflagrou uma operação que resultou na apreensão de 1,3 milhão de reais em notas de R$ 50, dinheiro sem origem, na sede da construtora Lunus, em São Luís, empresa de propriedade de Roseana e Jorge Murad, e livrou o Brasil de uma candidatura do clã Sarney, que pretendia retornar ao Palácio do Planalto.
Escândalos de corrupção marcaram os quatro mandatos da ex-governadora, mas o Caso Lunus despertou a atenção do país por conta da pré-campanha presidencial daquele ano em que ela, embalada por campanhas publicitárias milionárias e irreais dos seus dois primeiros governos, aparecia bem posicionada na preferência do eleitorado. A descoberta de que ela guardava dinheiro sem origem acabou pressionando o grupo Sarney a optar pela renúncia da candidatura.
Resguardada pelo poder do pai, o senador José Sarney, e pelo então robusto PFL, hoje transformado em DEM, Roseana conseguiu se livrar das barras da justiça e ainda meter o dinheiro no bolso após o presidente nacional do PFL então senador Jorge Bornhausen, inventar uma história de que a grana seria do partido, livrando ela e o marido do processo, após inventarem sete versões para o dinheiro.
A descoberta da Polícia Federal mostrou ao país quem de fato era Roseana e sua gente, uma política com cara de santa, mas com práticas altamente condenáveis, como por exemplo, guardar dinheiro de propina  em cofre para depois usar na campanha eleitoral. O dinheiro apreendido pela PF, no entanto, revelou a verdadeira sanha de quem um dia sonhou em ser presidente da República e repetir o feito do pai. Felizmente a Polícia Federal chegou a tempo de evitar o pior para o país.
do Blog do Jorge Veira