segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Clã Bolsonaro acumulou na politica patrimônio de R$ 6 milhões 


Época – O presidente eleito Jair Bolsonaro e seus três filhos com cargos públicos — Carlos, vereador no Rio de Janeiro; Eduardo, deputado federal por São Paulo; e Flávio, deputado estadual e senador eleito pelo Rio — acumulam patrimônio declarado de R$ 6,1 milhões. Todos apresentam curvas de bens em ascensão e vivem quase exclusivamente de seus salários, exceto por um deles (Flávio), que também é sócio de uma loja de chocolates.
Jair Bolsonaro acumulou R$ 2,3 milhões em bens, de acordo com sua declaração ao TSE. Eduardo declarou neste ano bens no valor R$ 1,4 milhão, aumento de 432% em relação ao pleito de 2014. Flávio informou à Justiça Eleitoral patrimônio de  R$ 1,7 milhão; e Carlos, R$ 700 mil. Em 2016, Carlos informava manter em casa, em dinheiro vivo, R$ 20 mil, conforme seu registro de candidato.
A família Bolsonaro é dona de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.
Eduardo foi aquele que apresentou maior evolução patrimonial, com crescimento de 432% entre 2014 e 2018. Há quatro anos, Eduardo Bolsonaro havia declarado ser dono de apenas dois bens: um apartamento (R$ 160 mil) e um veículo (R$ 45 mil). Agora, o patrimônio do parlamentar ainda inclui depósitos bancários, aplicações financeiras e um apartamento de mais de R$ 1 milhão.
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando eleito pela primeira vez em 2010 para a cadeira que ocupa na Assembleia Legislativa fluminense, apresentou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 691 mil, o equivalente a R$ 1,1 milhão em valores de hoje. Neste ano, o candidato ao Senado apresentou patrimônio de R$ 1,7 milhão.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, apontou movimentações bancárias na conta de Fabrício Queiroz — ex-assessor de Flávio Bolsonaro — consideradas suspeitas, de mais de R$ 1,23 milhão, entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Na movimentação, detectou-se um depósito de R$ 24 mil em cheque para Michele Bolsonaro.
O presidente eleito disse que os depósitos realizados na conta da mulher dele se referem ao pagamento uma dívida de Queiroz com o próprio Bolsonaro. Fabrício Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio em 15 de outubro deste ano.
O relatório do Coaf faz parte da investigação que prendeu dez deputados estaduais no Rio, no mês passado, e traz informações sobre 75 servidores da Assembleia do Rio que apresentaram movimentação financeira suspeita, entre os quais o ex-assessor de Flávio Bolsonaro. De acordo com o relatório, Fabrício Queiroz era motorista e ganhava R$ 23 mil mensais.
Sobre a movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, Bolsonaro disse que se surpreendeu e que cortou contato com o amigo até que ele se explique para o Ministério Público.