quinta-feira, 28 de agosto de 2025

 Escândalo eleitoral em São João do Sóter:  Juiz ouve testemunhas confirmaram que venderam os votos;  Prefeita Lacerda pode perder mandato

Prefeita Lacerda (foto arquivo Internet)
O município de São João do Sóter vive um dos momentos políticos mais delicados de sua história. Na última segunda-feira (25/08), o juiz da 6ª Zona Eleitoral de Caxias ouviu, em audiência, eleitores que confessaram terem  vendido seus votos à atual prefeita Lacerda nas eleições de 2024. Os depoimentos reforçam as acusações de compra de votos, prática considerada crime eleitoral grave.

Diante das confirmações, o magistrado abriu prazo para manifestação do Ministério Público Eleitoral, que deverá se posicionar nos próximos dias. A decisão do MP será crucial: caso seja favorável à cassação, toda a chapa poderá ser cassada. Nesse caso cairá a prefeita, vice e vereadores eleitos no mesmo pleito.

O desdobramento do processo pode levar à perda de mandato, inelegibilidade dos envolvidos e até a convocação de novas eleições no município. A situação gera tensão entre a classe política local e preocupação na população, que acompanha o caso com expectativa.

A situação que se desenrola em São João do Sóter expõe não apenas um caso de corrupção eleitoral, mas uma ferida aberta na democracia brasileira. A compra de votos é um crime que fragiliza o processo democrático, enfraquece as instituições e perpetua uma lógica de poder baseada no abuso econômico e na manipulação da população mais vulnerável.

Quando eleitores admitem ter trocado seu voto por benefícios imediatos, o que se perde é muito mais que a lisura de uma eleição: perde-se a oportunidade de construir uma cidade mais justa, com representantes escolhidos de forma livre e consciente. O mandato conquistado dessa maneira jamais terá legitimidade plena, e os frutos desse vício recaem sobre toda a sociedade.

Se confirmada a cassação, a Justiça Eleitoral dará uma resposta exemplar, mostrando que a democracia não pode ser negociada como mercadoria de campanha. O preço de um voto comprado é caro demais para um município pequeno como São João do Sóter: significa anos de atraso, descrédito na política e desconfiança das novas gerações em relação ao futuro.

A mensagem é clara: quem compra ou vende votos ataca o coração da democracia. Cabe agora ao Ministério Público e ao Judiciário fazer valer a lei, assegurando que a vontade popular seja respeitada em sua forma mais pura — livre, soberana e inegociável.

A repercussão na cidade e na região tem sido imediata. Moradores comentam que os depoimentos dos eleitores ouvidos pela Justiça já representam um “sinal verde” para uma nova eleição no município.