segunda-feira, 28 de abril de 2014

Dormir pouco pode lesar o cérebro 
É na fase de sono profundo que o organismo realiza trabalhos essenciais 

Vários trabalhos científicos no mundo inteiro têm demonstrado que os distúrbios do sono podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de diversas doenças, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus, depressão, ansiedade, aumento do colesterol, alterações do humor, prejuízo da memória, fadiga crônica, síndrome do pânico, acidentes e diminuição da imunidade, entre outras.
Em estudo realizado pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, 11 pessoas com idade entre 18 anos e 27 anos foram impedidas de dormir mais de quatro horas, durante seis dias. O efeito foi impressionante: ao final desse tempo, o funcionamento do organismo foi comparado ao de uma pessoa de 60 anos de idade. E os níveis de insulina diminuíram, como os de uma pessoa com diabetes.
Já na Suécia pesquisadores da Universidade de Uppsala fizeram uma revelação mais assustadora. Descobriram que uma noite de sono mal dormida pode causar danos cerebrais. Os estudiosos dividiram 15 homens jovens e com boa saúde em dois grupos: uma parte dormiu oito horas e outra menos tempo. Entre aqueles que não descansaram o mínimo recomendado foi constatado um aumento de cerca de 20% de duas moléculas presentes no cérebro: a Enolase Neurônio-Específica (NSE) e a proteína S-100B. O número dessas moléculas aumenta no sangue sempre que ocorrem lesões cerebrais.
É preciso ficar atento e ter uma boa noite de sono, pois muitos acabam desprezando o descanso necessário por não saberem que é justamente na fase de sono profundo que o organismo realiza os seguintes trabalhos:
• Secreção do hormônio do crescimento (GH): na criança ele é o responsável pelo crescimento e no adulto age principalmente na regeneração celular;
• Secreção de insulina, limpeza do organismo, reparação das células e reposição da energia nas células;
• Acelera a limpeza de toxinas do cérebro, entre elas a beta-amiloide, que, cumulativamente, provoca a Doença de Alzheimer;
• Age na aprendizagem e memória das células do cérebro;
• Atua nas células musculares: melhora o desempenho da célula muscular, mantendo o seu tônus, evitando a flacidez e garantindo o vigor físico;
• Aumenta a imunidade do organismo, nos seus mecanismos de defesa;
• Age no metabolismo das gorduras e, assim, nas doenças cardiovasculares, na hipertensão e obesidade.
Já está mais do que provado que a vida longa está associada à qualidade do sono. Por isso, tente dormir e acordar mais ou menos no mesmo horário todos os dias. E evite comer em horário próximo ao de ir dormir e alimentos gordurosos e doces; estimulantes, como café, refrigerante, álcool e cigarro; beber muito líquido antes de dormir e levar trabalho para a cama.
fonte: Folha Universal