sexta-feira, 5 de julho de 2019

O Circo sem Pão...


* Arnaldo Rodrigues 


Situação econômica no país já não é das melhores há algum tempo e em Caxias o Poder Executivo municipal, anda contramão da crise nacional que tem como marca principal a realização de shows com bandas caríssimas de renome nacional, além de se gabar com o Natal Iluminado, construção do Mirante da Balaiada e a Praça da Chapada.

Na  antiga Roma o período da República era tenso. Uma pequena parcela da população era detentora de muita riqueza em consequência das guerras de expansão territorial e da exploração do trabalho escravo. Porém, uma grande maioria de romanos vivia na pobreza, em péssimas condições de vida nas cidades. Para conter distúrbios sociais, o Estado romano criou a política do Pão e Circo.

Na Caxias do Maranhão o prefeito Cabeludo tenta enganar a população com seus espetáculos mirabolantes, ora, Natal, Carnaval e recentemente o festejo junino, escondendo os problemas dos setores administrativos do municipio. Nos festejos juninos deste ano realizado no Parque da Cidade que recebeu uma decoração, diga-se de passagem bem criativa, dando uma sensação de nostalgia.

Montou-se uma espécie de uma mini cidade, destacando estabelecimentos memoráveis de nossa cidade, como  Farmácia da Zazá, Restaurante Riso da Noite, da saudosa Dica, Café do Sabiá, dentre outros. Mas a equipe que organizou o evento, por falta de conhecimento da história de Caxias, cometeu um grande erro, ao estampar na fachada da maquete da casa noturna mais famosa da região, estampando “Cabaré da Diracy, sendo que na fachada original do prédio, pra quem vivenciou os tempos áureos da zona do baixo meretriz caxiense reclamaram bastante, pois o nome original da casa noturna, pra quem não sabe, era Boite Madrid. Outro incômodo causado aos moradores das proximidades, foi volume do som muito alto, perturbando o sossego e deixando muita gente sem dormir direito. 

Outra medida utilizada pelos governantes romanos para evitar as rebeliões populares era o oferecimento de atividades de lazer gratuitas, referente à palavra Circo da política que está sendo apresentada neste contexto atual.

Diferente do Império Romano, em Caxias, faltou o principal, que é o “pão”. Uma cidade, onde apenas uma meia dúzia se dar bem, foi visível que durante os dez dias de festas no Parque da Cidade, as vendas fracas, muita chiadeira, parte dos barraqueiros e ambulantes, falando cadê o dinheiro dessa cidade que já não circula como antes. Caxias encontra-se mergulhada numa depressão profunda, sem rumo, onde crescimento  é pra baixo, assim como as madeixas do prefeito Fábio Gentil.

A cidade está vivendo tempos difíceis, perseguição, ódio, inimizade, ostentação, sem deixar de falar dos atrasos no pagamento de fornecedores e  prestadores de serviços. Até mesmo o velho Arraial da Cidade sucumbiu, promovido na Avenida Alexandre Costa pelo ex-prefeito Paulo Marinho, esse ano deixou de existir. Aliás esse ano Caxias só pode contar exclusivamente com o arraial que a prefeitura ofereceu. Pra quem tinha como slogan de campanha “A esperança vai vencer o medo”, não está fazendo jus com o que prometeu.

Diante do exposto como teremos pão, para alimentar a faminta população que não aguenta tanta enganação. É preciso fazermos uma reflexão política, pois não só de circo vivo o povo de Caxias. A gente quer dignidade, respeito, uma boa educação para nossos filhos e trabalho para garantir o pão de cada dia na mesa dos caxienses .

Como o próprio nome diz, o Pão estava relacionado à distribuição gratuita de trigo ou a preços baixos para a população pobre. Mas não eram todos os pobres que tinham acesso a essa fonte de alimentação. Apenas as pessoas inscritas nas listas frumentárias (palavra que está relacionada à natureza do cereal, ao que dá farinha) recebiam o trigo ou pagavam um preço baixo por ele.

E pra quem pensa que o circo foi desmontado, está enganado, continua montado para mais dois dias de espetáculos em alusão ao aniversario de Adesão a Independência que acontecerá nos dias 1º e 2 de agosto. Se quiser conferir passe lá no anfiteatro do Parque da Cidade, você verá que o lugar está sendo vigiado por seguranças. 

Revoltada com o Cabeludo uma internauta disse o seguinte: “Eu pensei que tinha votado em um cara pra ser prefeito, mas pelo visto votei foi em um produtor de eventos, festas juninas ainda nem acabou  e o cara já anunciando outra festa. Próxima eleição votar no Luz Produções".

*Arnaldo Rodrigues, é professor de formação em Licenciatura em Geografia, pelo CESC-UEMAPós-graduanodO em Educação Ambiental, pelo IESF., membro da Comissão de Criação da UEMALESTE e filiado ao Partido Socialismo e Liberdade - Psol.