domingo, 23 de novembro de 2025

 Bolsonaro admitiu ter usado ferro de solda para romper tornozeleira; PF vê ato como "grave e deliberado"

A Polícia Federal apura as circunstâncias que levaram à violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na madrugada deste sábado (22). Segundo informações repassadas à corporação, o próprio Bolsonaro afirmou ter utilizado um ferro de solda para danificar o equipamento de monitoramento.

De acordo com o registro oficial, o alarme do dispositivo foi acionado às 0h07, mobilizando imediatamente a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, responsável pelo monitoramento. A equipe de segurança que acompanha o ex-presidente confirmou a violação e substituiu a tornozeleira pouco depois, às 1h09.

Autoridades envolvidas na investigação classificaram o episódio como “perplexizante” e demonstraram surpresa com o que chamaram de “ousadia incomum” do ex-presidente ao manipular deliberadamente o equipamento judicial. Para investigadores, não há margem para interpretação: o ato foi intencional e representa uma quebra grave das regras impostas pelo STF no regime de prisão domiciliar.

Um relatório detalhado está sendo elaborado pela Secretaria de Administração Penitenciária, que deve apontar as condições exatas da violação e esclarecer se Bolsonaro contou com auxílio ou tomou a decisão sozinho. O objetivo por trás da ação também está sendo investigado.

Vigília convocada por Flávio Bolsonaro aumenta tensão

Paralelamente ao episódio, a vigília convocada na noite de sexta-feira (21) pelo senador Flávio Bolsonaro, nas proximidades da residência onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar, acendeu outro sinal de alerta entre autoridades. Integrantes da PF avaliam que a movimentação teve características de ato público, apesar de ser apresentada como momento de oração.