segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

RealTime Big Data reafirma força de Orleans e expõe fragilidade de Braide 

Blog do Gilberto Leda 

A nova pesquisa RealTime Big Data, divulgada nesta segunda-feira (1º), mantém um padrão já conhecido desse tipo de levantamento: trata-se de um instituto cuja metodologia costuma amplificar candidatos com forte presença digital, intensa exposição diária e alto engajamento nas redes — perfil que, no Maranhão, se encaixa perfeitamente em Eduardo Braide (PSD).

Mesmo dentro desse cenário naturalmente favorável ao prefeito de São Luís, o resultado traz uma leitura incômoda para seu projeto de disputar o Governo do Estado em 2026. Braide aparece com 35%, contra 25% de Orleans Brandão (MDB), como mostra o levantamento. 

O ponto central não está no placar, mas no comportamento das curvas, avaliam aliados do emedebista.

Orleans rompe a barreira

Para estes, a marca de 25% atribuída a Orleans é significativa por um motivo simples: não se trata de voto de nicho, tampouco de engajamento digital. “É voto distribuído territorialmente, apoiado em base política e estrutura municipal crescente, algo que pesquisas de amostragem rápida não costumam inflar”, destaca um dos mais próximos aliados do pré-candidato do MDB.

Se mesmo dentro de um modelo que favorece o “candidato da internet” Orleans surge com um quarto do eleitorado, isso indica que seu nome já alcançou capilaridade real no estado, impulsionado pelo apoio do governo e por uma rede de prefeitos em expansão.

Esta é a conclusão lógica dos governistas.

Para Braide, o problema é o tempo

Para quem já está no auge da visibilidade como prefeito da capital, com presença diária na mídia e forte atuação digital, aparecer com apenas 10 pontos de vantagem dez meses antes da eleição não é sinal de força, mas de teto.

Braide deveria estar voando em céu de brigadeiro, mas em todos os mais recentes levantamentos, parece haver atingido um pico de intenções de votos.

Se não decolou agora, é muito pouco provável que alce voos maiores mais adiante, porque não tem a seu favor o fator desconhecimento. Pelo contrário, é difícil alguém no Maranhão que já não sabe de quem se trata o prefeito da maior cidade do estado.

O fator agravante é a rejeição. A margem curta somada a índices de rejeição elevados tende a criar um funil estratégico: Braide não tem espaço natural para crescer sem perder em outra ponta.

Em resumo, a pesquisa que deveria consolidar sua pré-candidatura acaba revelando uma possível falta de musculatura para sustentar um enfrentamento majoritário estadual.

Orleans aparece onde precisaria estar

No ponto do calendário em que a corrida se encontra, Orleans ocupa exatamente a posição ideal para quem constrói uma candidatura robusta, avaliam seus apoiadores.

E citam por quê:

  • segundo lugar consolidado – às vezes aparecendo em primeiro;
  • 25% das intenções;
  • baixa rejeição;
  • apoio do governo;
  • capilaridade municipal crescente;
  • espaço para crescimento orgânico; e
  • uma base que tende a se ampliar com a entrada oficial da campanha.

O fato de Orleans ter atingido esse patamar em um cenário metodologicamente desfavorável reforça a interpretação predominante entre analistas: ele é, hoje, o nome mais bem posicionado para chegar ao segundo semestre de 2026 em curva ascendente.

Por conta disso, acreditam os brandonistas, a margem de Braide só tende a diminuir; a de Orleans, a crescer.

A RealTime Big Data, que tradicionalmente deveria favorecer Braide, acaba produzindo o efeito contrário: mostra que ele não tem folga para disputar o governo – e que Orleans chega forte, competitivo e em plena expansão eleitoral.

Contran tira obrigatoriedade de autoescola para CNH e deve reduzir custo em até 80%  

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou nesta segunda-feira (1º) a resolução que retira a obrigatoriedade de aulas em autoescola para candidatos às categorias A e B da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A medida, proposta pelo Ministério dos Transportes, entra em vigor após publicação no Diário Oficial e deve reduzir em até 80% o custo para obter o documento, hoje próximo de R$ 5 mil.

Com a mudança, o candidato poderá se preparar para os exames teórico e prático — que continuam obrigatórios — por conta própria, com instrutores autônomos credenciados ou com autoescolas tradicionais. O curso teórico será disponibilizado gratuitamente e de forma digital pelo governo.

O processo de habilitação poderá ser iniciado pelo site do Ministério dos Transportes ou pela Carteira Digital de Trânsito (CDT). Etapas como exame médico e coleta biométrica seguem presenciais.

O ministro Renan Filho afirma que a medida moderniza o sistema e amplia o acesso à CNH, lembrando que 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação no país. Ele destaca que o modelo segue padrões internacionais, privilegiando a avaliação do candidato, não a quantidade de aulas.

A resolução também flexibiliza a formação para as categorias C, D e E, com o objetivo de reduzir burocracia e acelerar o ingresso de novos motoristas profissionais no mercado.

 Condenado por estupro, ex-prefeito de Santa Inês deixa regime fechado e passa ao semiaberto

Condenado por estupro e preso desde maio do ano passado, o ex-prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, 70 anos, deixou o regime fechado. A Justiça do Maranhão autorizou a progressão para o semiaberto.

Alves cumpre pena de oito anos, imposta em 2022, pelo crime cometido em 2016, quando ainda era prefeito. Ele havia recorrido em liberdade, mas acabou detido pela Polícia Civil neste ano após confirmação da condenação.

Com a mudança de regime, o ex-gestor poderá circular fora do presídio durante o dia, retornando à noite, como determina a legislação.

O caso que levou à condenação

A vítima, uma jovem de 18 anos ligada à Igreja Adventista, estava em Santa Inês vendendo livros para financiar seus estudos. Segundo a investigação, Alves a levou para sua casa, ofereceu dinheiro em troca de relações sexuais e, diante da recusa, conduziu a jovem a um motel, onde ocorreu o abuso confirmado por exame pericial.

O ex-prefeito admitiu o encontro, porém alegou consentimento — tese rejeitada pela Justiça, que considerou a ação como abuso de poder acompanhado de intimidação.

 Estrada do Santana, em São João Batista, é inaugurada 

O Governo do Maranhão entregou a pavimentação do trecho que liga o Povoado Santana, no Entroncamento da MA-314, à sede de São João Batista.

A estrada, com mais de 15km de extensão, recebeu investimento de R$ 29,8 milhões e vai oferecer um trajeto mais seguro, confortável e acessível para quem depende da via todos os dias.

“A estrada de Santana estava totalmente destruída e, com isso, a gente vai melhorar o escoamento da produção, transporte de pacientes através de ambulâncias e de alunos”, ressaltou o Governador Carlos Brandão.

A obra incluiu serviços de terraplenagem, instalação de base e sub-base, construção de bueiros e toda a parte de drenagem para garantir o escoamento da água da chuva.

A pavimentação foi finalizada com asfalto de alta qualidade (CBUQ), que aumenta a durabilidade da estrada e melhora o desempenho no tráfego diário.

Com a nova estrada, moradores de Santana, São João Batista e comunidades próximas passam a ter melhor acesso a serviços de saúde, educação e transporte escolar.

A obra também facilita o escoamento da produção agrícola e pesqueira da região, além de reduzir o tempo de deslocamento e os custos de transporte.

Impacto que já começa a ser sentido no dia a dia: a estrada, antes marcada por dificuldades, agora oferece mais segurança e tranquilidade para quem precisa trabalhar, estudar ou vender sua produção no centro do município.

O Governador Carlos Brandão também vistoriou o andamento de outras obras importantes daquela região, como a Travessia da Baixada.

TSE marca julgamento envolvendo fraude na cota de gênero do PSC 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dará início ao julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) 0602809-57 nesta semana. O caso está relacionado a uma suposta fraude na cota de gênero do PSC durante as eleições de 2022.

De acordo com as informações, o processo, que será analisado em sessão virtual de 5 a 12 de dezembro, foi incluído na pauta de julgamentos na última quarta-feira (26).  Se prevalecer o voto do relator, ministro André Mendonça, os votos da chapa proporcional estadual do PSC serão considerados nulos, resultando na perda dos mandatos dos deputados Wellington do Curso e Fernando Braide.

Entenda 

O PSC é acusado de ter utilizado candidatura laranja nas eleições de 2022 na disputa de deputado estadual. O processo foi julgado em 2024 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão. Na ocasião, por 5 votos a favor e dois contra, o pleno decidiu que o partido fraudou a cota de gênero determinando a anulação dos votos da chapa.

A legenda e os deputados recorreram da sentença ao TSE. Em maio deste ano, o relator André Mendonça decidiu pela manutenção da decisão do TRE e determinou a anulação dos votos deixando para o pleno do tribunal o julgamento final.

Mais um

Além da ação contra o PCS, o Podemos é outro partido com recurso em andamento no TSE, envolvendo a mesma alegação de fraude na cota de gênero.

domingo, 30 de novembro de 2025

Maranhão tem quase 70% do território castigado por seca grave 

Estado é o 5º com maior predominância do fenômeno, segundo o Monitor das Secas 

Conforme a atualização mais recente do Monitor de Secas, entre setembro e outubro, em termos de severidade, houve intensificação do fenômeno em 15 estados, entre eles o Maranhão, onde a seca se intensificou no período, com o aumento da área com seca grave de 58% para 69%. É a condição mais severa da seca no estado desde janeiro de 2018, quando houve seca extrema em 11% do estado.

Entre setembro e outubro, a área com seca se manteve estável em 92% do Maranhão. De acordo com o levantamento, o fenômeno se estende por 306.819 quilômetros quadrados no estado, cuja extensão territorial total é de 331.983 quilômetros quadrados.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de outubro, seguido por Minas Gerais, Bahia, Goiás e Maranhão. No total, entre setembro e outubro, a área com seca aumentou de 57% para 59% do território nacional. É a maior área com o fenômeno desde março deste ano, quando foram registrados 66% de seca no País.

Além do Maranhão, o fenômeno se intensificou em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São PaulobeTocantins. No sentido oposto, a seca abrandou somente no estado do Acre. No Rio Grande do Sul, houve o desaparecimento da seca.

Saiba mais aqui.

 Amor que alivia a dor 

Por Carlos Brandão 

Esta foi mais uma semana extremamente produtiva para o Maranhão. Entre tantas ações, lançamos o terceiro eixo do programa Educação de Verdade: o Transporte Escolar de Verdade. O programa chega para fortalecer os municípios e garantir algo que transforma a rotina de milhares de famílias: o transporte gratuito para os estudantes da rede pública estadual. Nesse mesmo espírito de fortalecimento, realizamos a 4ª Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes) e a 3ª Feira Maranhense da Agricultura Familiar (Femaf). Quem esteve lá viu de perto a potência do nosso campo, a mesa farta, os produtores orgulhosos mostrando o que sabem fazer melhor.

E ainda no mês da Consciência Negra, entregamos a reforma do Centro de Cultura Negra, inauguramos o Centro de Referência Quilombola, lançamos o edital para seleção de jovens quilombolas que vão atuar no programa Agente de Desenvolvimento Rural Quilombola (ADRQ) e anunciamos a volta da Caravana Maranhão Quilombola. Também entregamos a certificação de 47 comunidades quilombolas. O reconhecimento oficial de territórios que sustentam parte viva da nossa história.

Mas esse artigo quer focar em outro assunto: uma ação que também nos chama a uma reflexão. Afinal, a tragédia do feminicídio é uma ferida aberta que sangra no tecido social brasileiro, deixando um rastro de dor que se estende muito além da vítima fatal. No Maranhão, essa dor ganhou um rosto e uma voz que ecoaram por todo o Brasil: a de um garoto de Pedro do Rosário, órfão após a mãe, Cirani Lopes Ferreira, ser brutalmente assassinada pelo companheiro. Seu relato, divulgado nas redes sociais pelo jornalista e radialista Willian Vieira – carregado de uma inocência roubada e de um futuro incerto -, não apenas comoveu, mas impulsionou o Estado a uma resposta que transcende a punição e abraça a reparação.

No Brasil, todos os dias, em média, quatro mulheres perdem a vida simplesmente por serem mulheres – um dado duro revelado por levantamentos da Fundação Getúlio Vargas. A ferida mais profunda recai sobre aqueles que ficam – os filhos, que carregam marcas que o tempo custa a apagar. Essas crianças e adolescentes perdem a referência materna, mergulhando em uma vulnerabilidade socioeconômica e psicológica que destrói sua segurança e seu desenvolvimento.

Neste cenário, promovemos uma virada de chave histórica na política de proteção social com a sanção do Projeto de Lei que altera e amplia o programa Órfãos do Feminicídio. O Maranhão, que já é referência nacional no enfrentamento à violência contra a mulher, eleva seu compromisso ao estender a mão a quem mais precisa.

O projeto assegura o pagamento mensal de meio salário mínimo para cada criança ou adolescente órfão do feminicídio, em situação de vulnerabilidade, até que completem 18 anos. A lei garante ainda a matrícula escolar prioritária e imediata, o acesso a atendimento jurídico integral e gratuito pela Defensoria Pública, e o apoio psicossocial contínuo.

Este projeto teve ação decisiva da deputada Daniella e de toda a Assembleia Legislativa, representada por sua presidente Iracema Vale. E isso significa fortalecimento de uma robusta rede de proteção que o Maranhão tem construído, ao lado do Ministério Público, da Justiça Estadual, da Defensoria Pública e de tantas outras instituições. Os esforços estaduais já se manifestam em resultados tangíveis, como a queda de 38% nos casos de feminicídio no primeiro bimestre deste ano, e na concessão, pela Justiça maranhense, de mais de 13 mil medidas protetivas no primeiro semestre. A Patrulha Maria da Penha, que passou de nove unidades para 29, e que já atendeu quase 50 mil mulheres, a Casa da Mulher Maranhense – que antes existia apenas em Imperatriz e que hoje está em Itapecuru-Mirim, Caxias, Barra do Corda e Balsas e vai chegar às 18 regionais – e o pioneiro Aluguel Social Maria da Penha, que oferece autonomia financeira às vítimas, são pilares que sustentam essa luta.

A mensagem é clara: combater o feminicídio é uma prioridade permanente. Ao garantir um futuro para os órfãos, mostramos nosso compromisso com a vida, com a justiça e com a esperança. O Maranhão escolheu o caminho da proteção social integral provando que, mesmo diante da maior das tragédias, a solidariedade e a ação governamental podem – e devem – oferecer um novo horizonte. Denuncie: Ligue 180 ou 190.