quarta-feira, 11 de março de 2020

"Fala de Bolsonaro sobre fraudes ameaça eleições futuras", afirma Flávio Dino 


Na opinião do governador, a fala de Bolsonaro é perigosa, não só por colocar em xeque a lisura do processo eleitoral em 2018, mas também porque questiona a segurança do sistema de voto brasileiro para pleitos futuros.
“É um gravíssimo ataque. Na medida em que o chefe de Estado, visitando outro país, dirige essa crítica ao processo eleitoral e à Justiça Eleitoral, isso pode atingir o passado e o futuro. Isso é algo nunca visto, é inusitado. Ameaça a imagem brasileira na seara internacional, além de ter essa repercussão dramática sobre a essência do regime democrático, que é a certeza de que os votos são conferidos e apurados com legitimidade”, criticou Flávio Dino, em entrevista ao programa Isso é Bahia, na Rádio A Tarde FM.
A declaração de Bolsonaro foi dada na segunda-feira (9), em evento nos Estados Unidos. Ele não apresentou ou citou qualquer indicativo oficial para justificar sua fala.
O governador do Maranhão pediu que a Polícia Federal investigue a acusação de Bolsonaro. “É uma grave acusação, que deve vir seguida de provas e deve ser apurado pela Polícia Federal porque de duas uma: ou estamos diante de um fato gravíssimo, uma fraude eleitoral abrangendo a eleição presidencial, ou estamos diante de um outro fato gravíssimo, que é o presidente da República fazendo uma acusação falsa, destituída de elementos de prova”.
Constantemente apontado como possível candidato à Presidência da República, Flávio Dino, uma dos principais novos nomes da esquerda brasileira, confirmou que deve concorrer a algum cargo eletivo nas eleições de 2022, mas não disse qual. Além da Presidência, ele pode, no plano federal, tentar o Senado e a Câmara dos Deputados – ou também a vice em alguma chapa presidencial.
“Eu saí do cargo de juiz federal por decisão própria, para ingressar na política. Por coerência, claro que devo disputar as eleições de 2022, mas é uma decisão em 2022. O foco principal, hoje, é o governo do meu estado. É tempo de garantir a democracia, reduzir o desemprego. [Candidatura em 2022] Não é algo que preside minha vida. Cada dia com sua agonia”, argumentou.