quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Parentes: da ascensão à derrota 
Da coluna do Mário Assunção (Portal Noca) 


Na sua grande maioria, os políticos carregam com seus mandatos vários parentes para exercerem cargos na administração pública. Não existe nenhum crime desde que sejam cargos comissionados (de confiança) e que o parente possua capacitação adequada para o exercício do cargo, respeitando os limites da lei.
Em Caxias, todas as famílias que foram inquilinas do Palácio da Cidade utilizaram-se dessas práticas e, muitas vezes, importando parentes de outros estados e cidades para exercerem cargos na administração.
O grande problema é quando a parentada começa a utilizar seus cargos, os recursos públicos para realização de negócios obscuros e, ao arrepio da lei, praticar crimes, desde favorecimento ilícito a desvio de verba. Dessa forma, o gestor sente-se incapaz de demitir o parente para não manchar o nome da família. No torrão caxiense existem vários exemplos: quem nunca ouviu falar da “Família Metralha”? Ou do “Forasteiro Fanfarrão”? Tem o “Primo Agiota”, e assim sucessivamente.
Outro problema é quando a parentada começa a achar o espaço do executivo pequeno e pensa em aumentar seus tentáculos nos legislativos Municipal e Estadual. Assim, acaba-se com as chances dos parceiros políticos do gestor do executivo a crescer politicamente, condena seus correligionários a atrofia política precoce a não passar de vereador.
São essas armadilhas que o bom político precisa ficar atento e administrar de forma sábia a fome da parentada e os anseios dos parceiros políticos para proporcionar uma harmonia no grupo e ter o exército unido para guerra