quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Deputados estaduais reúnem-se com policiais civis em greve e debatem reivindicações 


Os deputados Wellington do Curso (PPS) e Júnior Verde (PRB), representando a Assembleia, reuniram-se na tarde desta terça-feira (04), no Plenarinho, com dezenas de policiais civis, que estão em greve desde ontem (03). “Convidamos vocês aqui para ouvi-los, para dialogarmos e buscarmos um entendimento. Queremos mediar um acordo, um entendimento entre vocês e o governo”, afirmou Júnior Verde, que revelou ser investigador da polícia civil.

Tanto Wellington quanto Júnior Verde, inicialmente, manifestaram irrestrito apoio à greve da categoria e ressaltaram todos os passos que foram dados em busca de um entendimento com o governo. “Somos testemunhas de que a direção do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (SINPOL) buscou sempre dialogar com o governo. Os secretários do governo sempre  receberam muito bem os representantes dessa categoria, mas nenhuma proposta de acordo foi feita pelo governo”, afirmou Wellington.

“Até hoje o governador Flávio Dino (PC do B) não nos recebeu diante de tantos pedidos de audiência que já fizemos. Nossa luta é por respeito à dignidade de nossa categoria, por melhorais. Prestamos um serviço essencial à sociedade, que é garantir a Segurança Pública. É inadmissível que um policial civil ganhe 20% do que ganha um Delegado de Polícia e trabalhe em condições inadequadas”, disse Heleudo Moreira, presidente do SINPOL, mostrando indignação.

Segundo Heleudo, o governador Flávio Dino assumiu o compromisso com a Polícia Civil, durante campanha eleitoral, de que melhoraria os salários da categoria.  “Queremos uma tabela de salários. Entregamos nossa pauta de reivindicações ao governador antes de sua posse. No entanto, o que vimos foi um ato de desrespeito à categoria com a aprovação da Lei 10.266/15, de iniciativa do Poder Executivo, que concedeu um aumento de 70% para os Delegados de Polícia e somente de 5% para a Polícia Civil”, assinalou.

O presidente do SINPOL acrescentou que o governo tem procurado jogar a comunidade contra a categoria ao divulgar informações inverídicas como, por exemplo, a de que já houve uma recomposição salarial da categoria. “Isso é uma inverdade. Essa recomposição salarial não foi feita, apesar das secretarias de Planejamento e de Gestão Previdenciária afirmarem em notas técnicas que o orçamento do Estado suportaria o aumento que reivindicamos”, argumentou.

LEGALIDADE E ADESÃO À GREVE

Heleudo revelou que, a qualquer momento, o SINPOL poderá receber uma notificação do Tribunal de Justiça (TJ) a respeito de uma decisão monocrática, considerando a greve da categoria como ilegal. “Caso isso se confirme, vamos nos reunir em Assembleia Geral para decidir o que fazer e acionar nossa assessoria jurídica. Será acatado o que maioria decidir”, esclareceu.

Na oportunidade, o presidente do SINPOL denunciou que o Poder Executivo desde outras gestões não cumpre decisões judiciais, pois há uma sentença favorável à categoria referente à Gratificação de Nível Técnico (GNT), que até hoje não foi cumprida.

Segundo a direção do SINPOL, a greve conta com a adesão de mais de 70% da categoria em todo o Estado entre investigadores, escrivães e comissários, estando de fora apenas os peritos que negociam melhorias salariais por fora. “Estamos garantindo o funcionamento de 30%  dos quatro plantões centrais e de todas as regionais”, assegurou o Diretor de Comunicação do SINPOL, Itamar Ferreira.

Após a fala dos dirigentes da categoria e dos parlamentares, muitos policiais civis manifestaram-se defendendo a greve da categoria. “Basta de desrespeito à nossa categoria. Nosso movimento nunca teve e terá coloração partidária. O que queremos é valorização e respeito. Nossa luta apenas começou”, disse enfaticamente o policial civil João Vítor.

ENCAMINHAMENTOS

A reunião foi encerrada com a aprovação dos encaminhamentos de os deputados Wellington do Curso e Júnior Verde relatarem a discussão aos seus pares na sessão de amanhã (quarta-feira) e buscarem abrir uma canal de diálogo com o Governo do Estado; da realização de uma Assembleia Geral, às 8h, no Parque do Bom Menino.