segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Presidente Dilma tem “responsabilidade política" no caso Petrobras, diz Marina Silva 

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (8) que a presidente Dilma Rousseff tem "responsabilidade política" sobre suposto caso de corrupção na Petrobras. Marina deu a declaração ao ser questionada por jornalistas sobre depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que falou ao Ministério Público que havia pagamento de propina a políticos em contratos fechados pela Petrobras.

Paulo Roberto Costa foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de lavagem de dinheiro em todo o país. Ele fez acordo de delação premiada com a PF e tem prestado depoimentos diários sobre os supostos casos de corrupção na Petrobras.

Marina, além de dizer que Dilma tem "responsabilidade política", afirmou também que o governo foi "conivente" com as eventuais irregularidades. A candidata participou de um ato de campanha.

"Quem manteve toda essa quadrilha que está acabando com a Petrobras é o atual governo, que, conivente, deixou que todo esse desmande acontecesse em uma das empresas mais importantes do nosso país [...] A presidente [Dilma Rousseff] tem responsabilidade política. Eu não seria leviana de dizer que ela tem responsabilidade direta. Eu prefiro que as investigações aconteçam. Eu não vou querer ganhar uma eleição a qualquer custo e a qualquer preço", afirmou a candidata.

Suposto envolvimento do PSB
Reportagem da revista "Veja" desta semana disse que, nos depoimentos, Costa afirmou que estão envolvidos no suposto esquema três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais.

Segundo a publicação, o ex-dirigente citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC).

Marina foi questionada sobre como o suposto envolvimento de Campos, que era presidente do PSB, pode afetar a campanha dela. A candidata disse que o partido quer que As investigações "sejam feitas com todo rigor".

“Estamos preocupados com a verdade. Queremos que todas as investigações sejam feitas com todo o rigor, doa a quem doer, seja o que for que tenhamos nestas investigações. Eu confio no trabalho da Polícia Federal, a Polícia Federal me ajudou muito quando eu era ministra do Meio Ambiente, me ajudou a desbaratar verdadeiras quadrilhas”, disse Marina, referindo-se a apurações que culminaram com a prisão de suspeitos envolvidos em crimes ligados ao desmatamento da Amazônia.