segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Ano novo, vida nova?
Por Adilson Silva - Folha Universal

Estamos às portas de um novo ano. As ruas ficam, como sempre, mais bonitas com os enfeites natalinos. O comércio é aquecido pelo 13o salário – uma pesquisa recente, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostrou que oito em cada dez brasileiros (82%) iriam gastar todo o dinheiro recebido a mais no final do ano com compras de Natal.

Nessa época, muitos são tomados por uma euforia pela proximidade das festas de confraternização, embora, vale destacar, a tristeza se acentue para os que estão deprimidos, já que eles não têm o que comemorar. Canções com mensagens positivas e carregadas de sentimento invadem a mídia e embriagam a sociedade de emoção. Grande parte da população acredita que um novo ano por si só pode trazer mudanças significativas para a vida. Há os que creem que a roupa usada na virada ou alguma ação supersticiosa também possa contribuir para um futuro melhor. Para estes, vale tudo para garantir um ano novo bom: pular ondas, não comer certas comidas que dizem atrasar a vida e até mesmo carregar na carteira o ano todo objetos que supostamente trazem sorte. Como de costume, na passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1o de janeiro muitos abraços são dados e recebidos, acompanhados da famosa frase “Feliz Ano-Novo”. Diante de tudo isso, o questionamento que faço é: quantos estão praticando isso há anos, desde que se entendem por gente, e até hoje nada mudou?

Não é difícil explicar o motivo. É claro que não há mal nenhum em comemorar a chegada de um novo ano, mas é preciso que as pessoas entendam que o tempo por si só não muda nada. Aliás, muda a nossa aparência, pois o nosso corpo está em constante transformação. No mais, o tempo servirá apenas para trazer-nos a colheita de tudo aquilo que plantarmos.

Por isso, é necessário que aqueles que almejam uma vida nova tenham consciência que isso requer mudança de atitudes. Temos que nos empenhar para sermos pessoas melhores. É preciso que façamos um balanço da vida para saber o que deve ser acrescentado ou tirado em relação ao nosso interior. Por exemplo: a preguiça tem de dar lugar à disposição; o medo de errar deve ser substituído pela audácia; os pensamentos negativos e dúvidas têm de ser rechaçados; os que ficam apoiando seus projetos em outras pessoas precisam aprender a agir por conta própria, os maus hábitos têm de ser abandonados; e muitas outras coisas que cabe a nós identificarmos. Só assim nos tornaremos seres humanos melhores, e consequentemente, a vida mudará.

Caro leitor, se você espera que 2015 lhe traga dias melhores, então aprenda a controlar suas emoções, use a cabeça, deixe de lado o conceito de sorte ou destino e arregace as mangas. A vida é sua, o seu futuro não está escrito nas estrelas e nada muda se você não provocar a transformação.