quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

São Luis atinge marca de 1.000 mortes violentas em 2014
blog do Daniel Matos
Mulher chora sobre o corpo do marido assassinado ontem em SL
A Região Metropolitana de São Luís atingiu hoje a marca sinistra de 1.000 mortes violentas este ano, segundo levantamento feito por repórteres especializados na área policial. O dado assustador inclui homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte, latrocínios, mortes decorrentes de intervenção policial, assassinatos em presídios, mortes a esclarecer e crimes a definir, conforme a nomenclatura adotada pela própria Secretaria de Segurança Pública (SSP). A grande maioria dos crimes foi praticada com arma de fogo, prova de que os bandidos têm em seu poder um verdadeiro arsenal.

Só em novembro foram 128 mortes violentas, de acordo com a contagem feita pelos profissionais de imprensa, um recorde histórico, que espera-se que não seja batido tão cedo. Por ser um mês festivo, dezembro, que até agora já registrou quatro homicídios, inspira mais preocupação ainda. Cientes do risco, as polícias estão se mobilizando para evitar que a carnificina se repita.

Vale ressaltar as ações permanentes das forças de segurança para conter a criminalidade. O contingente das polícias Civil e Militar foi reforçado por meio de concurso público e diversas operações são desencadeadas diariamente para reprimir a bandidagem. O trabalho de inteligência policial também tem levado à prisão de muitos assaltantes, traficantes, homicidas e outros tipos de bandidos

Causas

A principal causa apontada pelas autoridades para o aumento do número de mortes violentas é o tráfico de drogas, explorado por facções criminosas que travam uma disputa sangrenta pelo controle das bocas de fumo. Cerca de 70% dos assassinatos estariam relacionados à venda de entorpecentes, segundo cálculo do ex-secretário de Segurança Pública e deputado federal eleito Aluísio Mendes.

Mas é voz corrente entre um número cada vez maior de gestores da segurança que a benevolência da Justiça com criminosos também está na raiz da violência excessiva que hoje aterroriza a Ilha de São Luís. Delegados, coronéis e outros representantes das forças policiais já se manifestaram publicamente contra a libertação de bandidos, entre os quais muitos de altíssima periculosidade e com graves antecedentes, por decisões judiciais, pouco depois das suas prisões.

A polícia reclama que grande parte do seu trabalho é em vão, alegando que o Judiciário muitas vezes trata de desfazê-lo. As críticas do sistema de segurança prenunciam uma crise institucional, uma vez que a Justiça passou a rebatê-las com ênfase. Todavia, crise mais grave enfrenta o cidadão comum, vítima de uma guerra que parece interminável.