quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Morte de gay causou comoção em várias partes do Brasil 
do G1

A Polícia Civil de Inhumas, a 48 km de Goiânia, acredita que João Antônio Donati, de 18 anos, que foi encontrado morto em um terreno baldio com a boca cheia de papéis de picolé e sacolas plásticas, lutou com o agressor antes de ser morto, A conclusão é baseado no laudo do Instituto Médico Legal (IML), enviado à corporação nesta quinta-feira (11), que aponta que o jovem tinha diversas marcas de hematoma pelo corpo. O documento aponta também que a vítima morreu asfixiada e que não havia nenhuma fratura no corpo. A principal suspeita é de que o crime tenha sido motivado por homofobia, já que o rapaz era gay declarado.

“Ele tinha diversos hematomas pelo corpo, no olho, no nariz. E como não tinha nenhuma fratura, pode indicar que alguém ficou segurando o rapaz enquanto ele não conseguia respirar. Mas só as investigações podem esclarecer certinho como se deu toda essa dinâmica do crime”, disse ao G1 o delegado Humberto Teófilo, responsável pelo caso. Ele adiantou que não foi pedido nenhum outro laudo em relação ao corpo da vítima.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais e causou revolta em internautas de várias partes do país, que já marcaram protestos em cidades como Inhumas, Belo Horizonte e São Paulo no próximo sábado (13).

O delegado informou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República entrou em contato para pedir informações sobre o caso e cobrar atenção à investigação. Em nota, divulgada nesta tarde, o órgão também manifestou “suas mais profundas condolências à família e aos amigos de João Antônio Donati, apelando às autoridades do estado para que deem ao caso a devida atenção”.

O corpo do rapaz foi enterrado ao meio-dia desta quinta-feira, em Inhumas.  O delegado Humberto Teófilo afirmou que que os papéis encontrados na boca da vítima não tinham nada escrito. “Eu não sei de onde partiu essa história de que havia ameaças escritas nos papéis, mas posso garantir que é tudo um grande boato. Não tinha nada escrito nos papéis”, disse.